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Sindicato reage à ameaça do possível fim das autoescolas

O Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Estado de Minas Gerais (SINDICFC-MG) manifestou surpresa e indignação diante das recentes declarações do titular do Ministério dos Transportes sobre a possibilidade de extinguir a obrigatoriedade da formação em autoescolas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

A entidade classifica a fala como “intempestiva” e denuncia a ausência de diálogo prévio com o setor por parte da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), órgão regulador do tema. Para o sindicato, a medida pode gerar consequências gravíssimas à segurança no trânsito e à economia do estado. “Estamos diante do risco de desmonte de um serviço de imensa relevância social, com impactos diretos na segurança de todos”, alerta o presidente do SindiCFC-MG, Alessandro Dias.

Segundo Alessandro, a formação nas autoescolas não é apenas um requisito burocrático, mas um processo educativo essencial para preparar condutores de forma consciente, segura e responsável. “A retirada dessa exigência pode agravar os já alarmantes índices de acidentes de trânsito em todo o país”, completa.

O setor também destaca o impacto econômico da possível mudança. Minas Gerais conta com mais de 2 mil autoescolas em funcionamento, distribuídas por 600 municípios, gerando mais de 20 mil empregos diretos. A medida pode resultar em um prejuízo de R$ 1 bilhão, caso se concretize a desobrigação da formação por meio dos centros especializados. “Desmontar esse setor significa pôr fim a milhares de postos de trabalho e comprometer uma atividade que contribui significativamente para a arrecadação do estado”, reforça Dias.

O SINDICFC-MG também chama a atenção para a elevada carga tributária que incide sobre os serviços prestados pelas autoescolas — cerca de 40%. A entidade defende que a pauta prioritária seja a justa tributação, com redução dos encargos para o consumidor final, e não a extinção de um serviço essencial. “Convocamos as autoridades a abrir diálogo com o setor e buscar soluções responsáveis, que preservem o papel social e econômico das autoescolas no país. Não fomos consultados, e isso é inaceitável diante da gravidade do anúncio”, conclui o presidente do sindicato Alessandro Dias.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é contra a proposta de flexibilização das exigências para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), que inclui a formação teórico-técnica e a prática de direção veicular. A entidade presidida por José Roberto Tadros enfatiza que a condução de veículos é uma atividade de risco, citando o aumento de mortes no trânsito no Brasil e os custos sociais para o SUS, defendendo que a fiscalização e a capacitação de instrutores são essenciais para a segurança viária e aprimoramento dos novos condutores. A CNC também menciona que o custo médio da CNH é menor do que o sugerido pelo Poder Executivo e apoia o Programa CNH Social, que custeia a formação.

CNC, FECOMÉRCIO MG e SINDICFC-MG permanecem em alerta e mobilizados, afirmando que a sociedade mineira e brasileira não pode ser vítima de uma medida arbitrária que afeta diretamente a segurança nas ruas e o sustento de milhares de famílias.

Ana Paula Oliveira

Jornalista formada em Brasília tendo a Capital Federal como principal cenário de atuação nos segmentos de revista, internet, jornalismo impresso e assessoria de imprensa. Infraero, Engenho Comunicação, Portal Fato Online e Câmara em Pauta, Revista BNC, Assessoria de Comunicação do Sesc-DF, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rádio Nacional da Amazônia e Jornal GuaráHOJE/Cidades são algumas das empresas nas quais teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos renomados nomes do jornalismo no Brasil, e não perdeu nenhuma chance de aprender com esses profissionais. Na televisão, atuou na TV local de Patos de Minas em 2017, além de experiências acadêmicas. Ana Paula Oliveira nasceu em Bonfinópolis de Minas e foi morar em Brasília aos 14 anos e retorna à cidade natal em 2018. Durante os 20 anos em que passou na capital, a bonfinopolitana não desperdiçou as chances de crescer como pessoa e também como profissional, com garra e determinação. Além disso, conquistou algo não menos fundamental na sua caminhada: amigos. Isso mesmo. Para a jornalista não ter verdadeiros amigos significa ter uma vida vazia. E, com certeza, esse é um dos seus objetivos, fazer novos amigos nessa nova jornada da vida.

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