Hospital de Base do DF recebe pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro para treinamento em sistema avançado de suporte neuromuscular

Por Pollyana Cabral
O Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) recentemente recebeu uma visita técnica de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com o objetivo de realizar um treinamento especializado no uso de um sistema de suporte neuromuscular avançado.
Este equipamento inovador, que permite, entre outras funções, a avaliação do funcionamento dos nervos frênicos – responsáveis pela respiração –, foi criado ao longo de 15 anos de pesquisa e teve parte de seu desenvolvimento realizado no HBDF, que serviu como cenário para os testes clínicos. O Recare, como é chamado, foi desenvolvido pela Visuri e também nos laboratórios da Universidade de Brasília (UnB), e já está sendo utilizado tanto no Brasil quanto em outros países como Suíça, Chile e França.
O fisioterapeuta, fisiologista, pesquisador e pós-doutor do HBDF, Dr. Paulo Eugênio, destaca que a parceria com a UFRJ surgiu após os pesquisadores da universidade tomarem conhecimento das publicações do grupo de pesquisa Fisiologia Clínica Inovação Tecnológica do HBDF durante um simpósio internacional. “Eles se interessaram pelo que estávamos fazendo aqui em Brasília e propuseram a colaboração”, explica.
O Recare permite a aplicação de neuromodulação em diversos contextos clínicos, desde a manutenção da força muscular em pacientes sedados até a aceleração da recuperação respiratória de pacientes em ventilação mecânica. “Com este equipamento, podemos, por exemplo, estimular o nervo frênico e ajudar os pacientes a saírem mais rapidamente do respirador, prevenindo complicações como a atrofia muscular e infecções”, detalha Dr. Paulo Eugênio.
O equipamento tem mostrado ser uma ferramenta valiosa no tratamento de diversas condições, reduzindo a necessidade de opioides para controle da dor e melhorando a microcirculação dos pacientes, o que pode prevenir lesões por pressão e diminuir o tempo de permanência na UTI. “Os benefícios que este equipamento pode trazer são diversos. É como se tivéssemos uma farmácia de manipulação capaz de criar diferentes tratamentos a partir de parâmetros elétricos específicos”, compara o pesquisador.
Os próximos passos envolvem a realização de um ensaio clínico randomizado e controlado para testar a eficácia da neuromodulação do nervo frênico em pacientes com acidente vascular cerebral (AVC). “Nosso objetivo é demonstrar que a estimulação elétrica periférica pode melhorar a função respiratória e reduzir o tempo de ventilação mecânica nesses pacientes”, conclui Dr. Paulo Eugênio.
O especialista lembra da importância do apoio recebido pela Diretoria de Inovação, Ensino e Pesquisa (DIEP) do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) e o apoio da Gerência de Pesquisa para o desenvolvimento no HBDF. “Sem a atuação estratégica da DIEP e o apoio contínuo da Gerência de Pesquisa, seria impossível avançarmos em projetos tão inovadores como este. É esse suporte que nos permite transformar pesquisas em soluções concretas, beneficiando diretamente os pacientes”, afirma Dr. Paulo Eugênio.
A visita dos pesquisadores da UFRJ representa mais um avanço na trajetória de inovação tecnológica do HBDF, reforçando a importância das parcerias acadêmicas e da pesquisa científica para a melhoria contínua dos cuidados de saúde.
Ana Paula Oliveira

Jornalista formada em Brasília tendo a Capital Federal como principal cenário de atuação nos segmentos de revista, internet, jornalismo impresso e assessoria de imprensa. Infraero, Engenho Comunicação, Portal Fato Online e Câmara em Pauta, Revista BNC, Assessoria de Comunicação do Sesc-DF, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rádio Nacional da Amazônia e Jornal GuaráHOJE/Cidades são algumas das empresas nas quais teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos renomados nomes do jornalismo no Brasil, e não perdeu nenhuma chance de aprender com esses profissionais. Na televisão, atuou na TV local de Patos de Minas em 2017, além de experiências acadêmicas. Ana Paula Oliveira nasceu em Bonfinópolis de Minas e foi morar em Brasília aos 14 anos e retorna à cidade natal em 2018. Durante os 20 anos em que passou na capital, a bonfinopolitana não desperdiçou as chances de crescer como pessoa e também como profissional, com garra e determinação. Além disso, conquistou algo não menos fundamental na sua caminhada: amigos. Isso mesmo. Para a jornalista não ter verdadeiros amigos significa ter uma vida vazia. E, com certeza, esse é um dos seus objetivos, fazer novos amigos nessa nova jornada da vida.

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