Serão dez dias de celebração aos livros. Assim sempre foi e assim promete ser a tradicional Feira do Livro de Brasília (FeLiB), que este ano segue para sua 36ª edição entre os dias 17 e 26 de junho abraçando o tema O Quadrado, O Quadradinho e a Leitura… Sempre em Frente. O evento, que é realizado no Complexo Cultural da República, é uma iniciativa do Instituto de Produção Socioeducativo e Cultural Brasileiro (IPCB), com fomento da Secretaria de Turismo e apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). A entrada é franca.
“Este ano a feira adota uma nova postura que é olhar para o seu DNA, reconhecer o que se cria e valorizar o que produz do ponto de vista artístico e literário na cidade”, comenta o diretor do IPCB, Jorge Luiz. “Nosso objetivo é reaquecer o mercado de eventos no DF, que estava parado durante dois anos, e a FeLiB é um deles, que faz parte de um segmento da cultura que movimentou em 2021 mais de R$ 2 milhões, gerando emprego e renda”, destaca o secretário de Turismo, William Frederico Carneiro de Almeida.
A abertura do evento, realizada no início da noite desta sexta-feira (17), contou com a participação de repentistas, contadores de histórias, leituras dramáticas e música. A expectativa é de que cerca de 80 mil pessoas passem pela “Cidade da Leitura” durante estes dez dias do encontro para acompanhar as novidades literárias apresentadas por expositores locais e nacionais, além de palestras, rodas de leitura, apresentações culturais e ações educativas. Deste total, são esperados cerca de oito mil estudantes de 14 regionais de ensino da Secretaria de Educação, que serão ciceroneados por meio de visitas diárias nos três turnos.
Entre os grandes homenageados desta edição estão o ilustrador e escritor brasiliense Roger Mello, o artista visual e ex-diretor da Biblioteca Nacional Antônio Miranda, além do programa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa Mala do Livro, que há mais de 30 anos leva acesso a milhares de leitores no DF.
“A importância da FeLiB é o de promover o livro entre as várias gerações de leitores e, principalmente, tratar de questões voltadas a temas específicos como o projeto Mala do Livro”, observa o subsecretário do Patrimônio Cultural da Secec, Aquiles Brayner. “A missão desse projeto é o de levar o livro e a literatura para áreas onde a prática da leitura não é acessível, tanto pela ausência de bibliotecas, quanto pela formação de leitores”, reforça.
Renovação
A edição deste ano da FeLiB surge renovada, trazendo como novidades para os visitantes: três eixos de curadoria que relacionam a leitura com ambiente familiar, escolar e autoral. Daí a criação de espaços como Praça Família + Leitora, Sesc Vitrine Literária, Quadrinho + Autoral, Beco dos Quadrinhos e Espaço Casa do Cordel, estes três últimos dedicados a mostras de HQs, xilogravuras, sessões de autógrafos e lançamentos literários.
Composto por quatro carretas, o Território Senac irá promover atividades e oficinas de informática, gastronomia, beleza e moda. Já o Detran-DF converterá a FeLiB em uma cidade orientada para promover a conscientização e a educação para o trânsito. E o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) oferecerá ao público uma programação inédita de educação patrimonial. As histórias em quadrinhos, os encontros com autores, as contações de histórias, as atividades artísticas para bebês e crianças e as oficinas arte-educativas terão destaque na programação.
“Dividimos a curadoria em três eixos básicos, todos eles trabalhando as diferentes relações da leitura com vários segmentos da sociedade”, comenta Marcos Linhares, porta-voz e curador literário da FeLiB.
Professor da rede pública, Lucian Wagner Varela Jr., 37 anos, fez questão de trazer o irmão caçula vidrado em leitura. “Ele acabou de devorar a coleção do Harry Potter. Acho importante incentivar esse ambiente é o melhor lugar”, avalia. “Estou gostando, é a primeira vez que venho e quero voltar mais vezes”, empolga Lucas Varela, de 12 anos.
Origem
Criada em 1982, a Feira do Livro de Brasília celebra 40 anos de existência com 36 edições realizada, sendo um dos eventos culturais do DF de maior longevidade. A ideia surgiu pela iniciativa de um grupo de livreiros, educadores e bibliotecários que objetivaram promover a cultura do livro e da leitura no Distrito Federal. Desde 2002 faz parte do calendário oficial de eventos do DF, tendo recebido renomados escritores como Jorge Amado, Ana Maria Machado, Ariano Suassuna, Moacyr Scliar,entre outros.
Professor, escritor e poeta brasiliense, Gustavo Dourado ajudou a criar o espaço, no início dos anos 80, quando era estudante de Letras da Universidade de Brasília.
“Eram anos de efervescência cultural, o rock surgindo na cidade, então surgiu essa ideia na UnB”, lembra. “A Feira do Livro surgiu como complemento desse movimento cultural que estava surgindo na cidade, mostrando a vitalidade da cultura e da necessidade de seu fortalecimento”, diz.
“A Feira está na história de leitura da cidade é por meio dela que personalidades da literatura do país estiveram em Brasília, trazendo a literatura como uma grande contribuição para o enriquecimento do patrimônio cultural brasileiro”, avalia o diretor de projetos e conteúdo da FeLiB, Thelmo Martins.
De acordo com a organização da FeLiB, a expectativa é de que cerca de 1,1 mil empregos diretos sejam gerados durante o encontro entre equipe de produção, segurança, brigadistas, limpeza e comunicação, além de outros 500 indiretos segmentados entre prestadores de serviços de sonorização, iluminação, montagem e outras atividades técnica.
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