Moradores da Comunidade Riacho das Pedras, na zona rural de Bonfinópolis de Minas se reuniram para apreciar a apresentação do Projeto de Recuperação Hidroambiental da Sub-Bacia Hidrográfica do Córrego Riacho das Pedras, na noite dessa sexta-feira (7), na Sede do Conselho Comunitário. O próximo passo será a abertura de licitação para a contratação da empresa que irá executar as obras. Nessa primeira etapa do projeto, quatro propriedades passarão por intervenções ambientais, como a construção de terraceamentos, barraginhas, adequação de estradas, tratamento de erosões, entre outras ações de recuperação da bacia Riacho das Pedras.
O trabalho deve ser iniciado ainda em 2019 e tem um prazo de dois anos para ficar pronto, entre execução e acompanhamento do resultado. O montante de R$ 2,2 milhões já está disponível para a execução do projeto. O valor foi liberado pela Agência Peixe Vivo, por meio da participação em processo licitatório do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF). A Agência, que é o braço executivo do comitê, também é a responsável pela a administração do dinheiro. A Prefeitura Municipal entra com o apoio necessário, incluindo a fiscalização das obras junto com a comunidade.
O recurso é proveniente da cobrança pelo uso da água na calha federal dos Rios Preto e Urucuia, afluentes na margem esquerda do Rio São Francisco. Usuários, que consomem ou poluem recursos hídricos em maior quantidade, como é o caso de empresas de saneamento e distribuição de água, indústrias e irrigantes que captam água diretamente de rios, lagos e poços são os pagadores pelo uso desse recurso natural. A medida é prevista pela Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei nº 9.433/97. Quem concede a outorga para a utilização da água à nível federal é a ANA (Agência Nacional de Águas). Saiba mais sobre o sistema de cobrança. Após entrar em processo de licitação, o projeto de recuperação do Riacho das Pedras estará disponível no site do Comitê.
Presidente do Conselho Comunitário e secretário da Associação de Moradores e um dos produtores a abrir as porteiras para a ação dos profissionais, o sr. Elpídio Antônio Domingos era só alegria pela conquista da comunidade. Após três anos de reivindicação e 90 dias de levantamento de informações no local, finalmente o projeto pôde ser apresentado aos moradores. O produtor rural contou ao Diário de Bonfinópolis que, por 40 anos, o Riacho das Pedras abasteceu toda a comunidade e nos últimos cinco, em períodos de seca, o rio quase não tem água. “Parte da comunidade é abastecida com a água do rio. Em épocas de seca, é preciso bombear água do Rio Santa Cruz, mas ela é danada para dar zebra. Aí a Prefeitura enche um depósito de 60 mil litros d’água para o consumo humano”, disse. Atualmente, cerca de 50 famílias, incluindo ribeirinhos moram na comunidade. O povoado conta com água encanada, energia elétrica e rede de internet.
Segundo o sr. Elpídio, as erosões é um dos motivos do esvaziamento do rio. “Durante a chuva, a enxurrada leva a terra para as nascentes”, disse. Durante a explanação, o técnico Jean Muniz, da Saneamb Engenharia e Consultoria Ambiental, responsável pela elaboração do projeto, confirmou a observação do produtor. “O nível de turbidez (sujeira da água) é altíssimo. Quando chove a chuva carrega o solo. Nós vamos monitorar isso também”. Muniz explicou que as propriedades foram escolhidas de acordo com as necessidades técnicas exigidas para o desenvolvimento do trabalho, que terá os efeitos estendidos até o Rio São Francisco. “É preciso fazer esse trabalho de formiguinhas nessas bacias. São elas que vão alimentar o Rio São Francisco. É um trabalho de várias mãos”, ressaltou.
Questionado pela presidente da Associação de Proteção Ambiental de Bonfinópolis (APA), Vani Caetano, Altino explicou que todo o processo será fiscalizado. “O comitê é muito interessante porque as etapas são todas separadas. Uma empresa será contratada só para fiscalizar, mas a gente não conta só com isso, a gente conta com fiscalizadores locais, que são os moradores, o poder público. Ninguém vê dinheiro aqui, então a chance de desvio é mínima e a realização é garantida”, afirmou. Ao final da execução, o projeto terá de passar pelo crivo dos moradores.
Participação da Prefeitura Municipal
O prefeito reforçou a necessidade da participação de todos. “Nosso papel é apoiar e incentivar e acima de tudo fiscalizar e acompanhar. Nós somos o olho da comunidade e o olho do Comitê”, disse. A preocupação é em relação à empresa vencedora da licitação, que ainda é desconhecida. “A gente espera que seja uma empresa que tenha responsabilidade e capacidade técnica”. O Riacho das Pedras possui mais de 15 km de extensão e deságua no Rio Santa Cruz, Urucuia e, por último no São Francisco.
Benefícios para os moradores
Outro legado para a comunidade, que Jean frisou é o banco de informações que está sendo formado. “Serão utilizados equipamentos avançados de medição da vasão do curso da água, que podem ser aproveitados para avaliar nos próximos anos. Um banco de dados importantíssimo até para as próximas etapas”, reforçou. A equipe técnica para a execução da obra será formada por engenheiro, topógrafo e pelos próprios ribeirinhos, que devem acompanhar o serviço.
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