Os remineralizadores de solo são materiais de origem mineral que passam por processos mecânicos, não químicos, de redução de partículas e têm se apresentado como alternativa aos adubos solúveis para fertilização. Chamados “pós de rochas”, esses materiais oferecem nutrientes essenciais e podem melhorar a interação entre raízes das plantas, ambiente e microrganismos.
Para ampliar discussões sobre o tema, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) realiza, na segunda-feira (12/6), live de lançamento do Informe Agropecuário 321 – “Remineralizadores e a fertilidade do solo”. O evento terá transmissão on-line pelo canal oficial da Epamig no YouTube, a partir das 17h, e será composto por ciclo de palestras conduzidas por alguns dos autores da publicação.
“Acredito que será oportunidade muito interessante para elucidar questões práticas sobre como funcionam os remineralizadores de solo, quais as vantagens, resultados de pesquisas recentes, além de apresentar orientações quanto ao uso e manejo em sistemas de produção”, destaca o pesquisador da Epamig Sede e um dos organizadores do evento, José Mário Lobo Ferreira.
Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa-Cerrados), os remineralizadores de solo já são utilizados em aproximadamente 5 milhões de hectares do solo brasileiro e há 55 produtos derivados de minerais devidamente registrados no Ministério da Agricultura (Mapa) para tal finalidade.
Brasil
No Brasil, Minas Gerais é o estado que possui o maior número de registros: 23 (41,8% do total). Contudo, José Mário Lobo destaca a importância de se estar atento aos materiais registrados no Mapa, para evitar possíveis contaminações de solo.
“Não são todos os insumos minerais que atendem aos requisitos mínimos da legislação brasileira específica. É necessário que tenham desempenho agronômico que justifique o custo, incluindo aquisição, transporte e aplicação, nos termos adequados para o produtor agrícola. Há, inclusive, materiais que não podem ser inseridos no solo por conterem elementos potencialmente tóxicos como arsênio, cádmio e mercúrio. Isso será levantado durante a live de lançamento”, lembra o pesquisador da Epamig, que é também um dos editores-técnicos do Informe Agropecuário 321.
Sequestro de carbono
De acordo com o pesquisador, os remineralizadores são saída viável e “regionalizada” (por serem produzidos em solo nacional) para o crescente gargalo ocasionado pela dependência da importação de fertilizantes de países como a Rússia, atualmente em guerra contra a Ucrânia.
“Hoje em dia, várias empresas já se encontram cadastradas para a comercialização de pó de rocha para fins agrícolas, inclusive alguns deles com alto teor de potássio. Minas Gerais se destaca com o maior número dessas empresas registradas”, comenta.
Durante o encontro on-line também será discutido o impacto ambiental positivo gerado pelo uso de remineralizadores que proporcionam uma espécie de “rejuvenescimento” do solo por adicionarem minerais primários ao mesmo.
Além disso, a prática favorece também a atividade biológica do solo e uma possível captura e estabilização do carbono.
“Pesquisas têm revelado um potencial de sequestro de carbono envolvido no uso de remineralizadores, o que é muito valioso se pensarmos nas discussões atuais sobre a redução de impactos da agricultura no meio ambiente e na diminuição da emissão de gases de efeito estufa”, conclui o pesquisador.
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