A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), lançará, na próxima segunda-feira (13/2) a “Caderneta da Criança Traqueostomizada”, idealizada pela equipe do Serviço de Assistência Integral à Criança Traqueostomizada (Sait) do Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII). O objetivo é fornecer informações relevantes aos familiares e cuidadores, além de auxiliar na comunicação entre eles e a equipe assistencial. O serviço possui o maior número de crianças traqueostomizadas assistidas, com 720 crianças incluídas, e é referência em todo o estado.
A caderneta teve seu conteúdo totalmente desenvolvido por uma equipe multidisciplinar e será distribuída, inicialmente, a todas as crianças traqueostomizadas incluídas no serviço. “Queremos oferecer um passaporte de cidadania, uma espécie de complemento à Caderneta da Criança (do SUS), por meio de um material informativo de excelente qualidade técnica e visual, que auxiliará familiares e equipe assistencial a cuidarem cada vez melhor dessas crianças, focando nas particularidades e nas necessidades especiais que elas apresentam”, afirma a coordenadora do Sait, Isabela Picinin. Segundo ela, as causas mais comuns de traqueostomia são o tempo prolongado de intubação por prematuridade, problemas no parto, necessidade prolongada de ventilação mecânica por doenças graves, sequelas neurológicas ou após acidentes.
Para o diretor do Complexo Hospitalar de Urgência e Emergência da Fhemig (hospitais João XXIII, Infantil João Paulo II e Maria Amélia Lins), Fabrício Giarola, o Sait é um “divisor de águas” na assistência prestada a essas crianças: “O serviço traz a garantia de regularidade nos atendimentos, com trocas de cânulas programadas e ênfase na prevenção e abordagem das complicações, reduzindo-se a ocorrência de intercorrências clínicas e contribuindo para melhoria da qualidade de vida das crianças e seus familiares”, afirma.
Ainda segundo o diretor, a implementação da caderneta vai garantir o acesso às informações necessárias ao manejo desses pacientes, organizando a assistência e facilitando a articulação da família com os serviços de saúde. “Desejamos, numa próxima etapa, treinar outros centros estratégicos e capacitar outras equipes multidisciplinares de modo a uniformizar as condutas dos profissionais do Estado”, conclui Giarola.
Sait
Fundado em 2011, o Serviço de Assistência Integral à Criança Traqueostomizada (Sait) presta assistência ampla, integral e de qualidade às crianças, realizando assistência periódica por equipe multidisciplinar – composta por pneumologista, broncoscopista, fonoaudióloga, fisioterapeuta respiratório, enfermeira, técnico de enfermagem, psicólogo e assistente social. Além disso, promove troca de cânulas regularmente e realiza treinamento dos familiares e cuidadores para o manejo adequado da traqueostomia, destacando a prevenção e a abordagem de complicações.
Maria Aparecida Firmino Ciriaco, mãe da Lorrayne Vitória, de 16 anos, é uma das muitas mães agradecidas pelo serviço. “Minha filha foi traqueostomizada aos 4 meses e há cerca de dez anos é tratada no HIJPII, onde ela recebe um acompanhamento muito melhor. A evolução foi grande, principalmente em relação às internações que não são mais necessárias, já que a cânula é trocada a cada três meses, mais ou menos. Além dos médicos serem ótimos, ela tem acesso a uma cânula adequada para ela”, conta.
Decanulação
De acordo com Isabela Picinin, o Sait possui um protocolo próprio de decanulação (retirada do tubo da traqueostomia). “Inclui, além da realização de broncoscopia, a obtenção de parâmetros objetivos, por meio de provas funcionais, teste de oclusão e teste de esforço. Já nos casos em que não é possível retirar a cânula, a assistência prestada oferece suporte para prevenção de complicações, trocas regulares de cânulas e capacitação de profissionais para inclusão escolar”, explica a médica.
Segundo ela, devido à qualidade do serviço prestado, até o momento foi possível realizar a decanulação de 24% das crianças assistidas. “Nossa taxa é semelhante à de outros grandes serviços de referência mundiais”, afirma Picinin.
Recomeço
Samuel Davi, de 14 anos, foi um dos que passou pelo processo, após ficar traqueostomizado por quase três anos, em consequência de uma pneumonia grave. “Foi muito difícil, mas sempre fomos muito bem assistidos pela equipe do Sait, que nos ajudou nos processos de adaptação e sempre nos orientou sobre como agir nos casos de emergência. A retirada da cânula foi um milagre na vida do Samuel. Hoje, ele está muito bem e tem uma vida normal”, conta a mãe, Viviane Pereira de Lima do Nascimento.
Daniela Alves da Silva também não poupa elogios ao serviço. Para ela, a melhor coisa que aconteceu foi seu filho Bryan, hoje com 5 anos, ser transferido para o HIJPII. “Ele teve uma insuficiência respiratória e acabou sendo necessário o uso da traqueostomia por três anos e meio. No Hospital Infantil João Paulo II encontramos ótimos profissionais, que foram como anjos. Toda a equipe foi essencial, tenho apenas elogios e sou muito grata. Há sete meses meu filho pôde retirar a cânula e agora é só alegria. Estamos com grandes expectativas para essa nova vida que teremos pela frente”, afirma emocionada.
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