Alunos que se inscreveram para o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) neste segundo semestre e não foram contemplados dentro das vagas, devem ficar atentos ao prazo para a lista de espera. As convocações serão feitas pelo Ministério da Educação (MEC) até o próximo dia 29 de agosto.
Essa etapa de convocação pela lista de espera começou no dia 18 de julho e tem o objetivo de preencher as vagas, que eventualmente, não foram ocupadas após o resultado da seleção. O candidato precisa acessar o site do programa para acompanhar a situação.
https://sisfiesportal.mec.gov.br
Fique atento às informações
Os convocados pela lista de espera devem complementar a inscrição em até três dias úteis, a contar do dia seguinte à data de divulgação de sua pré-seleção, pelo Portal Único de Acesso ao Ensino Superior https://acessounico.mec.gov.br/
Depois disso, o candidato deve validar as informações declaradas no ato da inscrição. O prazo para a validação é de até cinco dias úteis após a data da complementação da inscrição, que deverá ser realizada diretamente na instituição de ensino superior para a qual o candidato foi pré-selecionado.
Como funciona o Fies
O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é um programa do Ministério da Educação — criado em 2001 — para financiar a graduação na educação superior de estudantes matriculados em cursos superiores não-gratuitos. A professora e doutoranda em Economia Política pela Universidade de Coimbra, Portugal, Jaqueline Damasceno, explica a importância desse programa.
“É permitir que esses indivíduos, tendo esse compromisso financeiro posterior, consigam adiantar o acesso a esse serviço e depois, colocado no mercado, com sua formação, pagar por esse serviço acessado.”
Segundo ela, o perfil financeiro de 60 a 70% da população brasileira, cobre apenas o custo básico da vida: transporte, habitação e alimentação. Não sobrando, assim, dinheiro para uma poupança prévia, ou seja, essa população não consegue poupar para investir em educação. Mas o Fies funciona de maneira que alcançar essa educação se torna acessível.
“Essa é a ideia, que: como eu não consigo acessar com a poupança prévia, eu conseguiria fazer isso com a poupança futura. Com a formação, com o aumento do investimento em capital humano que esse indivíduo obtém nos anos que passa na universidade, tendo uma profissão que o qualifica a elevar o seu nível de renda, agora sim, ele teria renda disponível para conseguir pagar por esse serviço.”
Os alunos inscritos até 2017 têm 18 meses após a conclusão da faculdade para começar a pagar o financiamento.
Vida nova
A personal trainner Elisângela Guimarães, 46 anos, sempre sonhou fazer uma faculdade. Com as contas apertadas, postergou o desejo de ter uma profissão. Só aos 33 anos, vendo a possibilidade de estudar e pagar quando começasse a trabalhar, ela conseguiu entrar na graduação de Educação Física.
“Eu sou formada graças ao Fies. Obviamente que eu me esforcei, eu passei em primeiro lugar na faculdade, mas eu não tinha dinheiro nem para pagar os outros 50%, que eu teria que pagar. Não foi nada fácil e hoje eu já terminei de pagar, graças a Deus “, comemora.
Elisangela viu a vida se transformar pela educação. Depois de quitar a dívida com a Caixa Econômica Federal, que financiou os estudos, ela deu aulas em academias de ginástica e hoje é dona do próprio estúdio de musculação, que fica em Juiz de Fora (MG). “Eu sou muito realizada na minha profissão, eu amo o que eu faço.”
Quem pode recorrer ao Fies
Os estudantes matriculados em cursos superiores que tenham avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério da Educação podem se inscrever no Fies.
Mudança a partir de 2010:
a taxa de juros do financiamento passou a ser de 3,4% a.a.
o período de carência passou para 18 meses
o período de amortização para 3 (três) vezes o período de duração regular do curso + 12 meses
o FNDE passou a ser o Agente Operador do Programa
o percentual de financiamento subiu para até 100%
as inscrições passaram a ser feitas em fluxo contínuo, permitindo ao estudante solicitar o financiamento em qualquer período do ano
Mas em 2015, os financiamentos concedidos com recursos do Fies passaram a ter taxa de juros de 6,5% ao ano, mudança que torna possível a sustentabilidade do programa.
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