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Programa Sorria Minas visa garantir acesso de forma integral ao tratamento pelo SUS

Minas Gerais retomou os investimentos em serviços de saúde bucal. Considerando a política de atenção especializada, foram aplicados mais de R$ 19 milhões entre 2021 e 2022. Outros R$ 41 milhões já estão empenhados para pagamentos. A aplicação de recursos é fruto da institucionalização da Política Estadual de Saúde Bucal, chamada Sorria Minas, em implementação a partir de outubro do ano passado.

Segundo a coordenadora estadual de Saúde Bucal da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Jacqueline Silva Santos, os investimentos demonstram o compromisso do Governo de Minas Gerais com a melhoria das condições de saúde da população mineira. “O Sorria Minas tem, dentre as suas diretrizes, garantir à população mineira o acesso de forma integral aos cuidados em saúde bucal no Sistema Único de Saúde”, afirma.

A meta da nova política é promover a organização dos acessos da população tanto às ações quanto aos serviços de saúde bucal. “Não mais pela lógica de quem chegou primeiro e, sim, por meio de critérios de priorização que considerem o risco social das pessoas, considerando alguns grupos populacionais mais vulneráveis como, por exemplo, as gestantes, as crianças, as pessoas com deficiência, dentre outros”, aponta.

Para isso, o fluxo de atendimento deve ser observado, sendo a Unidade Básica de Saúde (UBS) o ponto de articulação para que o usuário tenha acesso aos serviços. “Quando uma pessoa apresenta alguma necessidade em saúde bucal, ela deve procurar a unidade de saúde da atenção primária mais próxima da sua residência. Lá ela vai fazer o tratamento odontológico necessário. Caso essa pessoa demande por um tratamento odontológico especializado, ela será encaminhada para os Centros de Especialidades Odontológicas, que vão fazer o atendimento dessa pessoa nas especialidades da endodontia”, diz.

Em Minas Gerais há 28 hospitais que cobrem 100% dos municípios mineiros para atendimento em ambiente hospitalar. “É importante também destacar que as pessoas, em especial as crianças, que nascem com deformidades, crânio faciais, deformidades congênitas, em especial as fendas e as fissuras labiopalatais também contam com serviços que são de referência para todo o estado”, destaca a coordenadora.

Jacqueline Santos explica que a boca é um órgão que extremamente importante para a alimentação e com vinculação ao processo de socialização. “Pela boca a gente se relaciona com as pessoas, com o mundo, utilizando a fala, a aparência, o beijo, o prazer de saborear os alimentos e o sorriso. Nessa perspectiva, os problemas bucais podem causar dor, infecções, dificuldades ao falar ou mastigar, limitações na alimentação, ausência na escola, prejuízos à aparência. São problemas que podem influenciar na saúde geral, na vida social e na qualidade de vida das pessoas”, destaca.

A coordenadora lembra que, a partir da emergência de saúde da covid-19, os atendimentos odontológicos eletivos precisaram ser suspensos, considerando as formas de transmissão da doença e a necessidade de garantir a segurança dos pacientes, dos usuários e também dos profissionais. “No entanto, hoje, considerando o contexto de menor número de casos e uma maior cobertura vacinal, a orientação é que os serviços retomem os atendimentos”, diz.

Pesquisa em casa

A SES-MG também está envolvida na realização da pesquisa SB Brasil. Promovido no âmbito Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), do Ministério da Saúde, entre junho e meados de agosto deste ano, o levantamento visa coletar e consolidar dados sobre a situação de saúde bucal da população por meio da realização de exames. Em Minas, 25 municípios estão integrando a iniciativa, com a participação de diversos órgãos e instituições além da SES-MG, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Conselho Regional de Odontologia e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde Minas Gerais.

O modo de trabalho dos pesquisadores é similar ao do Censo. “A equipe de campo é composta por três profissionais, entre eles um cirurgião dentista, que vai fazer o exame bucal. Um outro integrante vai fazer as anotações das condições bucais das pessoas examinadas e um terceiro identificará dentro daquele quarteirão sorteado quais são as residências que participarão dessa amostra”, aponta Jacqueline Santos.

A pesquisa examinará crianças, adolescentes, adultos e idosos. Em relação às crianças, são examinadas aquelas com 5 anos, pois ainda possuem os dentes de leite, e as de 12 anos representando aquelas já com dentição permanente. Os adolescentes são as pessoas entre 15 e 19 anos. Existem faixas etárias específicas para os exames dos adultos e idosos, a partir de 65 anos. “Todos os ciclos de vida são contemplados nesse levantamento. Então é de fundamental importância para o êxito desse projeto que as pessoas recebam a equipe de campo em suas residências e se disponibilizem a participar, permitindo o exame bucal”, diz Jacqueline.

A coordenadora destaca que a equipe de campo é composta por profissionais de saúde dos próprios municípios. “Não são pessoas estranhas que vieram de outro lugar, mas que são profissionais de saúde, dentistas dos municípios. Então fica aqui um apelo para que a população permita os exames”, finaliza.

Para a coordenadora, os resultados vão embasar as diretrizes para as políticas públicas no SUS. “Teremos um diagnóstico da situação de saúde bucal das pessoas, da população e dos municípios. As equipes estão em campo visitando as residências, fazendo os exames na boca das pessoas para ver as condições das doenças mais prevalentes em relação à saúde bucal, como a cárie dentária, problemas de gengiva, a forma como as pessoas fecham a boca, questões relacionadas à necessidade de prótese”, explica.

Jacqueline Santos também lembra que os dados serão cruzados com os da situação socioeconômica dessas pessoas e suas famílias, o que permite a construção de um perfil mais detalhado na elaboração das políticas públicas.

Belo Horizonte, Betim, Buritis, Carangola, Comendador Gomes, Contagem, Divinópolis, Formiga, Grão Mogol, Itajubá, Iturama, Juiz de Fora, Luz, Mirabela, Montes Claros, Pará de Minas, Poços de Caldas, Raposos, Rio Vermelho, Santa Margarida, São João Del Rei, Sete Lagoas, Uberaba, Uberlândia e Viçosa são os municípios em que as visitas da SB Brasil estão sendo feitas.

Mais informações podem ser obtidas nesta página.

Ana Paula Oliveira

Jornalista formada em Brasília tendo a Capital Federal como principal cenário de atuação nos segmentos de revista, internet, jornalismo impresso e assessoria de imprensa. Infraero, Engenho Comunicação, Portal Fato Online e Câmara em Pauta, Revista BNC, Assessoria de Comunicação do Sesc-DF, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rádio Nacional da Amazônia e Jornal GuaráHOJE/Cidades são algumas das empresas nas quais teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos renomados nomes do jornalismo no Brasil, e não perdeu nenhuma chance de aprender com esses profissionais. Na televisão, atuou na TV local de Patos de Minas em 2017, além de experiências acadêmicas. Ana Paula Oliveira nasceu em Bonfinópolis de Minas e foi morar em Brasília aos 14 anos e retorna à cidade natal em 2018. Durante os 20 anos em que passou na capital, a bonfinopolitana não desperdiçou as chances de crescer como pessoa e também como profissional, com garra e determinação. Além disso, conquistou algo não menos fundamental na sua caminhada: amigos. Isso mesmo. Para a jornalista não ter verdadeiros amigos significa ter uma vida vazia. E, com certeza, esse é um dos seus objetivos, fazer novos amigos nessa nova jornada da vida.

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