Distrito Federal

Aprenda a ajudar vítimas de engasgo

Acesso de tosse, dificuldade para falar, falta de ar… Engasgos podem ser assustadores. Na maioria dos casos, a situação se resolve depois de tossidas intensas e tapas nas costas. Alguns casos, no entanto, pedem medidas ágeis e precisas. Levantar os braços da vítima? Nada disso. É preciso ligar para um serviço de emergência e aplicar manobras apropriadas.

No jargão médico, o engasgamento é chamado de Ovace, sigla para obstrução das vias aéreas por corpo estranho. Ele pode ser causado por qualquer objeto ou alimento, até mesmo líquido. Seja qual for a causa do engasgo, o primeiro passo para ajudar é identificar se o bloqueio é parcial ou total.

Uma maneira simples de fazer isso é verificar se a pessoa consegue tossir. Se conseguir, é sinal de que a garganta não está totalmente bloqueada. A tosse costuma ajudar a soltar o objeto do engasgo. Mas se a vítima seguir entalada, é hora de agir.

Comece acionando um serviço de emergência – você pode ligar para o 192 (Samu) ou para o 193 (Corpo de Bombeiros). Em seguida, inicie as manobras de primeiros socorros. De acordo com o sargento Alessandro Barbosa, socorrista desde 2013, os procedimentos são os mesmos para casos de obstruções parciais ou totais.

“Incline a vítima para frente e, com a mão dominante, dê pelo menos cinco tapas vigorosos nas costas, entre as escápulas”, ensina o bombeiro do Grupamento de Atendimento de Emergência Pré-Hospitalar. “Se a tapotagem não for suficiente, inicie a compressão abdominal conhecida como manobra de Heimlich”.

Fique atrás da vítima, com um dos braços em torno do abdômen dela. Feche uma de suas mãos e a posicione entre o umbigo e o peito, com a parte lateral (a do polegar) voltada para o corpo da pessoa. Posicione a segunda mão sobre a primeira e realize compressões enérgicas para dentro e para cima, formando um J. Repita o procedimento cinco vezes.

Alterne a tapotagem com a manobra de Heimlich enquanto a obstrução persistir. Em caso de perda de consciência, deite a vítima de barriga para cima em uma superfície plana e inicie a compressão torácica. “Faça 30 compressões com as mãos posicionadas na metade inferior do osso esterno, um pouco abaixo da linha do mamilo”, explica Alessandro.

 

Abra a boca da pessoa e procure localizar o objeto do engasgo. Se conseguir, vale tentar uma remoção usando o dedo indicador. Mas tenha cuidado para não empurrá-lo ainda mais para dentro da garganta. Caso seja necessário, repita as compressões torácicas enquanto o socorro não chega.

Perceber engasgamento em um adulto pode ser fácil. Mas quando a vítima é um bebê, a situação pode ser mais complicada. As obstruções parciais costumam deixar a criança mais agitada, enquanto as totais tendem a deixar os pequenos mais molinhos e até levemente arroxeados.

O socorro deve ser iniciado com a tapotagem. “Apoie o bebê de bruços no seu antebraço, com sua mão segurando a mandíbula dele”, descreve o sargento Alessandro. “Mantenha a cabeça da criança levemente inclinada para baixo e dê cinco tapas nas costas”. Tenha cuidado para não atingir a cabeça do pequeno durante os golpes.

A tapotagem deve ser alternada com a compressão torácica. Mas, no lugar das mãos, use dois dedos posicionados na altura dos mamilos para fazer a manobra. Se localizar o objeto do engasgo, tente retirá-lo usando o dedo mínimo, com muito cuidado. Os procedimentos devem ser repetidos quantas vezes for preciso.

“As manobras de desengasgo costumam ser muito eficientes, tanto em adultos quanto em crianças. Quanto antes elas forem iniciadas, melhor”, garante o socorrista. “Todos deveriam aprender esses procedimentos – pode ser o diferencial para salvar desde um estranho na rua até um parente dentro de casa”.

Ana Paula Oliveira

Jornalista formada em Brasília tendo a Capital Federal como principal cenário de atuação nos segmentos de revista, internet, jornalismo impresso e assessoria de imprensa. Infraero, Engenho Comunicação, Portal Fato Online e Câmara em Pauta, Revista BNC, Assessoria de Comunicação do Sesc-DF, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rádio Nacional da Amazônia e Jornal GuaráHOJE/Cidades são algumas das empresas nas quais teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos renomados nomes do jornalismo no Brasil, e não perdeu nenhuma chance de aprender com esses profissionais. Na televisão, atuou na TV local de Patos de Minas em 2017, além de experiências acadêmicas. Ana Paula Oliveira nasceu em Bonfinópolis de Minas e foi morar em Brasília aos 14 anos e retorna à cidade natal em 2018. Durante os 20 anos em que passou na capital, a bonfinopolitana não desperdiçou as chances de crescer como pessoa e também como profissional, com garra e determinação. Além disso, conquistou algo não menos fundamental na sua caminhada: amigos. Isso mesmo. Para a jornalista não ter verdadeiros amigos significa ter uma vida vazia. E, com certeza, esse é um dos seus objetivos, fazer novos amigos nessa nova jornada da vida.

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