Distrito Federal

Especialistas alertam para ataques de abelhas e orientam sobre socorro

Maiores polinizadoras da natureza, as abelhas costumam aparecer mais na primavera, quando há maior diversidade de flores e frutos. A picada dos insetos pode trazer graves consequências à saúde, sobretudo se o atingido for alérgico ao veneno. Nesta situação, a pessoa pode ter um choque anafilático, que causa desde dificuldade para respirar até sensação de garganta fechada, inchaço na boca e língua, entre outros sintomas. Por isso, é preciso ter cuidado com os insetos e saber o que fazer em caso de enxames.

Desde 2008, 53 pessoas foram internadas na rede pública de saúde do Distrito Federal devido ao contato com abelhas, vespas e vespões. Os dados são do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da Saúde. Em todo o Brasil, o número de internações devido ao contato com os insetos chega a 2.699.

“É importante que, em caso de picada de abelhas, a pessoa procure uma unidade médica para fazer o diagnóstico e o tratamento correto. A população não deve tentar sozinha retirar as colmeias, sempre deve chamar um serviço especializado”

Andrea Amora de Magalhães, médica toxicologista do Centro de Informações e Assistência Toxicológica (Ciatox)

‌“A picada não tratada adequadamente pode até evoluir para óbito. É importante que, em caso de picada de abelhas, a pessoa procure uma unidade médica para fazer o diagnóstico e o tratamento correto. A população não deve tentar sozinha retirar as colmeias, sempre deve chamar um serviço especializado”, afirma a médica toxicologista Andrea Amora de Magalhães, do Centro de Informações e Assistência Toxicológica (Ciatox), vinculado à Secretaria de Saúde (SES).

A médica toxicologista explica que a alergia pode ser desenvolvida no decorrer da vida, mesmo que a pessoa já tenha sido picada anteriormente, e que é comum que uma pessoa alérgica descubra a condição após ser picada. “Em todos os casos, a pessoa precisa ser levada para uma unidade de saúde o mais rápido possível para que seja prontamente medicada”, pontua.

As unidades básicas de saúde (UBSs) podem fazer o primeiro atendimento e encaminhamentos para hospitais regionais ou unidades de pronto atendimento (UPAs). Além disso, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica também pode ser acionado pelos telefones 0800 644 6774 e 99288-9358.

Atenção

Ao ser picado por uma ou mais abelhas, a pessoa deve imediatamente procurar ajuda médica, principalmente se já souber da alergia ao veneno do inseto, e retirar o ferrão, se possível, para interromper a inoculação do veneno. Já quando uma pessoa não alérgica é picada por uma única abelha, basta colocar gelo na região e retirar o ferrão. A picada da abelha pode causar dor intensa, eritema, calor e inflamação na região afetada.

O Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) atende aos chamados de socorro em caso de ataques, como também aos de remoção de colmeias que representem algum risco à comunidade. A corporação é acionada pelo número 193.

De acordo com o major Fábio Bohle, em casos de enxames, é primordial que a população se afaste dos insetos. “Isole a área em, no mínimo, 30 metros e evite que pessoas e animais transitem próximo do local. Também indicamos que as pessoas não usem roupas vibrantes próximo ao local, pois chama a atenção dos insetos, e evitem barulhos muito altos”, afirma.

Além disso, o Bohle ressalta a importância de não ferir ou ameaçar os insetos, uma vez que pode direcionar o ataque do enxame para uma única pessoa. “O enxame precisa ser deixado o mais tranquilo possível. Não bata nas abelhas nem tente matá-las. A abelha tem uma particularidade: quando é ofendida, solta um feromônio que chama a atenção do restante do enxame para o ofensor”, explica.

Os militares fazem o resgate dos insetos, que são levados para apicultores autorizados, e, quando não há possibilidade de captura, o enxame é exterminado para proteção da saúde da população e de animais.

Com ou sem ferrão

Grandes aliadas da produção rural, as abelhas são responsáveis pela polinização da natureza, auxiliando no desenvolvimento das flores e dos frutos. O Distrito Federal reúne 180 apicultores, sendo que a maioria opta por espécies sem ferrão. Os dados são do sistema de cadastro da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), que fornece assistência técnica e atividades de formação para os produtores.

O Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) atende aos chamados de socorro em caso de ataques, como também para a remoção de colmeias que representem algum risco à comunidade. A corporação é acionada pelo número 193

“O produtor que cultiva abelhas é beneficiado de forma ecológica, ambiental e econômica. As abelhas representam quase 80% da polinização da natureza e são os únicos insetos que produzem alimentos que podem ser diretamente ingeridos pelo homem, que são o mel, o pólen, o própolis e derivados. Na atividade comercial, também são vendidos subprodutos das abelhas, como colônias, ceras e até cosméticos”, explica o extensionista de campo da Emater-DF, Carlos Morais da Costa.

Costa afirma que os criadores preferem abelhas sem ferrão para evitar acidentes e não prejudicar a segurança das pessoas. “A picada de uma abelha pode ser fatal para quem tem alergia”, pontua ele. A Emater-DF indica criadores aptos para receber enxames resgatados e oferece capacitações para os bombeiros sobre como atuar durante a captura.

Entre os conhecimentos da capacitação, há a forma correta e efetiva de resgate dos insetos. “Durante o atendimento, é preciso ter cuidado com a captura da rainha do enxame, que controla a ação das demais abelhas, e recolher o máximo de material possível, como estoque de comida, cera, favos, para ter certeza de que os insetos não voltarão a se estabelecer no local. Sem pegar a rainha, a ação não terá efeito e as abelhas vão voltar mais agressivas”, afirma.

Ana Paula Oliveira

Jornalista formada em Brasília tendo a Capital Federal como principal cenário de atuação nos segmentos de revista, internet, jornalismo impresso e assessoria de imprensa. Infraero, Engenho Comunicação, Portal Fato Online e Câmara em Pauta, Revista BNC, Assessoria de Comunicação do Sesc-DF, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rádio Nacional da Amazônia e Jornal GuaráHOJE/Cidades são algumas das empresas nas quais teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos renomados nomes do jornalismo no Brasil, e não perdeu nenhuma chance de aprender com esses profissionais. Na televisão, atuou na TV local de Patos de Minas em 2017, além de experiências acadêmicas. Ana Paula Oliveira nasceu em Bonfinópolis de Minas e foi morar em Brasília aos 14 anos e retorna à cidade natal em 2018. Durante os 20 anos em que passou na capital, a bonfinopolitana não desperdiçou as chances de crescer como pessoa e também como profissional, com garra e determinação. Além disso, conquistou algo não menos fundamental na sua caminhada: amigos. Isso mesmo. Para a jornalista não ter verdadeiros amigos significa ter uma vida vazia. E, com certeza, esse é um dos seus objetivos, fazer novos amigos nessa nova jornada da vida.

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