Distrito Federal

Soltar pipa é divertido, mas requer precauções

Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Com o período de férias escolares, crianças, adolescentes e até mesmo adultos aproveitam para curtir uma das mais antigas e tradicionais atividades da infância: empinar pipa. Para não estragar a diversão, contudo, é preciso tomar cuidado e evitar acidentes com fios elétricos, linhas proibidas e outros problemas.

De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), a falta de acompanhamento por parte dos responsáveis pelas crianças, aliada à utilização de cerol, mistura de vidro e cola passada nas linhas das pipas, ou da linha chilena, contribui de forma significativa para que acidentes ocorram.

As linhas da pipa se enroscam em postes, transformadores e nos cabos elétricos e podem causar queda no fornecimento de energia | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

“Orientamos que os responsáveis não deixem as crianças e adolescentes utilizarem esses materiais cortantes. O cerol é artesanal e a linha chilena é industrializada e 10 vezes mais potente que o cerol caseiro. É proibido o uso de qualquer produto que venha ocasionar acidentes”, diz o major Fábio Bohle, do CBMDF.

No DF, a Lei 6.185, de 2018, proíbe o uso desses materiais e prevê multa para quem compra e para quem comercializa utensílios cortantes como o cerol em pipas e a linha chilena. A multa vai de R$ 100 até R$ 1 mil. Além da legislação do DF, o artigo 132 do Código Penal pune quem expõe a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente com detenção de três meses a um ano.

O uso dessas linhas podem provocar desde um simples sangramento até amputação de membros e morte. “Então, sempre orientamos aos ciclistas, motociclistas e até corredores que, se passarem próximo a locais descampados ou espaços que as pessoas utilizam para soltar pipas, que redobrem a atenção, diminuam a velocidade e fiquem de olho, pois uma linha é difícil de se ver e quando você sente que ela te cortou pode ser tarde”, alerta Bohle.

Prejuízos para a rede elétrica

De acordo com a Neoenergia, nos seis primeiros meses de 2023 a distribuidora registrou 108 ocorrências no Distrito Federal motivadas pelo mau uso da pipa. No mesmo período do ano passado, foram 112. Já em 2021, esse número era de 92.

Major Fabio Bohle alerta para os riscos do uso de linhas com cerol, que pode provocar ferimentos graves

Os prejuízos para rede elétrica acontecem quando as linhas da pipa se enroscam em postes, transformadores e nos cabos elétricos, o que pode provocar curtos-circuitos e causar interrupção do fornecimento de energia. “A brincadeira deve sempre acontecer em lugares abertos e sem rede elétrica por perto, como em praça, parques e campos de futebol”, recomenda Rosy Menezes, gerente de Saúde e Segurança da Neoenergia Brasília.

A gestora alerta que apenas os profissionais da distribuidora estão devidamente autorizados e capacitados para se aproximar da rede elétrica. “A população jamais deve tentar retirar uma pipa presa na rede elétrica. E nunca devem ser utilizadas as linhas chilenas ou com cerol, que podem danificar os fios, além de oferecer riscos à população, principalmente aos motociclistas”, finaliza Menezes.

Confira algumas dicas da Neoenergia para prevenir acidentes com pipas:

– Nunca use fios metálicos nem papel laminado para confeccionar a pipa, eles são condutores de energia e podem causar choques fatais;
– Se a pipa ficar presa nos fios elétricos, nunca tente retirá-las;
– Não use cerol ou linha chilena. Além do risco de ferir ou mesmo matar, esses materiais costumam cortar os fios de energia;
– Não jogue objetos na rede de energia elétrica, como arames, correntes e cabos de aço. Além de causar interrupções no fornecimento, há grande risco de provocar acidentes;
– Não solte pipas em dias de chuva ou vento muito forte. Em caso de relâmpagos, recolha a pipa imediatamente;
– Atenção com motos e bicicletas. A linha pode ser perigosa para quem dirige esses veículos.

Ana Paula Oliveira

Jornalista formada em Brasília tendo a Capital Federal como principal cenário de atuação nos segmentos de revista, internet, jornalismo impresso e assessoria de imprensa. Infraero, Engenho Comunicação, Portal Fato Online e Câmara em Pauta, Revista BNC, Assessoria de Comunicação do Sesc-DF, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rádio Nacional da Amazônia e Jornal GuaráHOJE/Cidades são algumas das empresas nas quais teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos renomados nomes do jornalismo no Brasil, e não perdeu nenhuma chance de aprender com esses profissionais. Na televisão, atuou na TV local de Patos de Minas em 2017, além de experiências acadêmicas. Ana Paula Oliveira nasceu em Bonfinópolis de Minas e foi morar em Brasília aos 14 anos e retorna à cidade natal em 2018. Durante os 20 anos em que passou na capital, a bonfinopolitana não desperdiçou as chances de crescer como pessoa e também como profissional, com garra e determinação. Além disso, conquistou algo não menos fundamental na sua caminhada: amigos. Isso mesmo. Para a jornalista não ter verdadeiros amigos significa ter uma vida vazia. E, com certeza, esse é um dos seus objetivos, fazer novos amigos nessa nova jornada da vida.

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