A população de Bonfinópolis de Minas lotou o ginásio da Escola Dercílio Duarte, no último 23 de novembro para acompanhar a I Feira Empreendedora da cidade, desenvolvida pelos alunos do ensino fundamental das escolas estaduais e municipais da cidade e áreas rurais. Deliciosas tapiocas, trufas de maracujá, pizzas de feijão e doce de leite, puderam ser saboreados pelo público. Fruto de um trabalho, que vai marcar a vida de estudantes e professores.
A iniciativa faz parte do Programa Nacional de Educação Empreendedora fomentado pelo Sebrae no início de 2014. Durante todo o ano professores foram capacitados pela instituição para trabalhar com os alunos dentro de sala de aula.
Assim como em outros municípios, a Prefeitura de Bonfinópolis levou o projeto e a Câmara Municipal aprovou a criação da Lei 1.253 de 2 de julho de 2018, que torna obrigatória a Educação Cooperativista Empreendedora e Financeira na rede municipal de ensino a partir do ano que vem. O objetivo é despertar o espírito empreendedor nas crianças para que, na fase adulta, estejam preparadas e não fiquem desnorteadas diante de uma situação de desemprego.
Presente na feira, a analista técnica do Sebrae Jéssica Viana explicou que as vantagens vão além. “Teremos jovens com pensamento crítico, que queiram inovar, ter independência e autonomia. E, quem almeja ter um emprego também pode ter um comportamento de empreendedor na empresa em que for trabalhar. Não é necessariamente abrir uma empresa, é ter uma visão diferente em relação ao futuro de uma maneira geral”, elencou.
Jéssica acrescentou que o Sebrae acredita que os futuros empreendedores devem ser preparados desde o início da vida escolar, de modo que eles possam estimular as 10 características de um empreendedor, que é, por exemplo: ter bom relacionamento, saber gerir recursos, ter uma rede de contatos, uma visão sistêmica e saber correr riscos. “Todas essas habilidades, a gente estimula por meio de atividades nas salas de aula, coordenadas pelo professor. Ele dá suporte, mas o objetivo é fazer com que o aluno seja o protagonista”, ressaltou.
Desde o início do ano, os professores escolheram projetos que são convergentes com a realidade do município, como a utilização do maracujá, milho, mandioca e hortaliças. “Os alunos desenvolvem os produtos, fabricam, fazem a análise dos insumos necessários, do preço que vão cobrar”, concluiu a representante do Sebrae.
Empolgado em seu discurso, o prefeito do município, Donizete Antônio dos Santos, ressaltou a importância desse tipo de temática nas escolas. “Quando a gente fala de empreendedorismo não é apenas criar um negócio é empreender em todas as ações que se propor a desenvolver, desde as nossas ações em casa, com os nossos pais, as nossas ações nas escolas, as nossas ações em sociedade e enquanto profissionais também”, exemplificou.
Santos contou que a cidade de São Roque de Minas, que é referência na educação empreendedora e no cooperativismo no estado inspirou a implantação da disciplina na Educação de Bonfinópolis e defendeu a devida valorização do dinheiro.
“Muitas vezes, temos preconceitos com quem é rico achando que ser rico não é uma qualidade. Se buscada com ética e coerência é um dever de todos nós. Todos nós temos o direito de ter uma vida com abundância. E, para isso o dinheiro é muito importante e o empreendedorismo é fundamental. Por isso, não é demérito nenhum a pessoas quererem ganhar dinheiro, desde que busque essa riqueza com respeito ao próximo”, declarou.
Donizete aproveitou para enaltecer o que é produzido na região de Bonfinópolis e exportado para o exterior. “Nossa agricultura que é muito boa. A chapada gera mais de mil empregos diretos. Para um município de cinco mil habitantes é uma importância muito grande. Temos uma fazenda com 400 hectares de plantação de laranja, que é considerada a melhor do país. Uma empresa que exporta café para o Japão, exportação de feijão, que 500 g dele é vendido na Europa por 7 Euros. Além disso, produção de bovino, suíno e leite”, discursou, o prefeito.
De acordo com a secretária municipal de Educação, Helena Mendes, o recurso arrecadado com as vendas dos produtos será dividido entre escola e alunos. A secretária disse também que em parceria a Prefeitura Municipal, Câmara e Sicoob, a Secretaria Municipal de Educação ofereceu R$ 200 para cada turma produzir algum alimento ou artesanato para comercializar na feira. Além desse valor, familiares e comerciantes local também deram uma forcinha para o negócio dos estudantes.
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