Minas Gerais

Hemominas desenvolve hemocomponente que beneficia pacientes com reação alérgica à transfusão de plaquetas

Adair Gomez / Hemominas

Em setembro deste ano, uma paciente de 45 anos, com Leucemia Mieloide Aguda e que faz tratamento no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG), apresentou uma reação alérgica grave à transfusão de plaquetas.

A paciente havia recebido tratamento com quimioterapia e, por isso, estava com a contagem de plaquetas no sangue muito baixa. Além disso, ela havia sido submetida a um pequeno procedimento cirúrgico no nariz e apresentava sangramento no local. Sendo assim, certamente teria indicação de receber outras doses de plaquetas.

A fim de se evitar novas reações alérgicas graves, a paciente precisava receber um concentrado de plaquetas modificado, pobre em proteínas do plasma, que estão presentes nas bolsas de plaquetas.

Segundo esclarecem as médicas Karen Prata e Flávia Givisiez, entre as três modificações possíveis para se reduzir o plasma das plaquetas, a indicada é produção de plaquetas pobre em plasma, ressuspensas em uma solução aditiva de plaquetas (PAS, do inglês Platelet Aditive Solution), que contém os nutrientes necessários para manter as plaquetas adequadas para uso clínico.

Esta técnica (concentrado de plaquetas ressuspenso em PAS) é um hemocomponente que já é preparado com apenas 30% do volume inicial de plasma. O restante do volume do produto, 70%, é de PAS, que é adicionado no momento do preparo do concentrado de plaquetas. Sendo assim, é possível ter o produto em estoque, pronto para uso, sem redução da data de validade. Além disso, este produto tem uma qualidade muito superior às duas outras.

Testes na Hemominas

A médica Flávia Givisiez relata que a Fundação Hemominas tem buscado melhorias no preparo de hemocomponentes para atendimento à população.

Nesse sentido, foi implantada a metodologia de inativação de patógenos em dezembro de 2020 e, atualmente, 55% das plaquetas são inativadas, reduzindo enormemente o risco infeccioso para os pacientes.

Atenta às inovações disponíveis, em 2023 a FH planejou a introdução da solução aditiva de plaquetas (PAS) na rotina. Uma equipe composta por funcionários da Gerência de Controle de Qualidade e da Central de Produção de Belo Horizonte e seus supervisores foi responsável pelos testes de validação desta inovação.

Cientes que a Fundação Hemominas estava na fase final dos testes com este novo produto, a hematologista Karen Prata, da Agência Transfusional do HC/UFMG, explicou o caso da paciente e foi atendida pela equipe da fundação, que disponibilizou o novo hemocomponente para tratamento específico desta paciente e, desta forma, evitar nova reação alérgica grave.

A transfusão foi realizada no HC em 30/9 e, assim, a mulher se tornou a primeira paciente em Minas Gerais a se beneficiar com a técnica. A transfusão ocorreu sem intercorrências e a paciente apresentou incremento de plaquetas pós-transfusional adequado.

Esta é a primeira transfusão no Brasil de concentrado de plaquetas com inativação de patógenos e ressuspenso em PAS, duas metodologias da produção que visam reduzir riscos, aumentando a segurança daqueles que requerem transfusão. No início de novembro a paciente recebeu nova transfusão, que transcorreu normalmente.

Ana Paula Oliveira

Jornalista formada em Brasília tendo a Capital Federal como principal cenário de atuação nos segmentos de revista, internet, jornalismo impresso e assessoria de imprensa. Infraero, Engenho Comunicação, Portal Fato Online e Câmara em Pauta, Revista BNC, Assessoria de Comunicação do Sesc-DF, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rádio Nacional da Amazônia e Jornal GuaráHOJE/Cidades são algumas das empresas nas quais teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos renomados nomes do jornalismo no Brasil, e não perdeu nenhuma chance de aprender com esses profissionais. Na televisão, atuou na TV local de Patos de Minas em 2017, além de experiências acadêmicas. Ana Paula Oliveira nasceu em Bonfinópolis de Minas e foi morar em Brasília aos 14 anos e retorna à cidade natal em 2018. Durante os 20 anos em que passou na capital, a bonfinopolitana não desperdiçou as chances de crescer como pessoa e também como profissional, com garra e determinação. Além disso, conquistou algo não menos fundamental na sua caminhada: amigos. Isso mesmo. Para a jornalista não ter verdadeiros amigos significa ter uma vida vazia. E, com certeza, esse é um dos seus objetivos, fazer novos amigos nessa nova jornada da vida.

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