Saúde

Fundação Ezequiel Dias dá dicas para evitar acidentes com aranhas-marrons

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) registrou 1.213 ocorrências de acidentes com espécies de aranhas-marrons no estado nos últimos três anos, principalmente nas cidades de Manhuaçu, Pouso Alegre e Belo Horizonte.

A maioria dos acidentes são clinicamente classificados como leves, mas a demora no atendimento médico e soroterápico pode levar ao agravamento dos sintomas e ao aumento da letalidade.

Por isso, em caso de acidentes envolvendo animais peçonhentos, é recomendável procurar a unidade de saúde mais próxima o mais rápido possível.

Em Belo Horizonte, o Hospital João XXIII, da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), é referência para esse tipo de atendimento.

De acordo com Luana Varela, referência técnica do Serviço de Proteômica e Aracnídeos da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação Ezequiel Dias (Funed), a picada é indolor e pode causar desde lesões leves, como vermelhidão, inchaço e bolhas no local, até quadros mais graves, como necroses na pele, complicações circulatórias e renais, e até a morte, se não houver tratamento rápido.

Identificação

A maioria das espécies de aranhas-marrons, pertencentes ao gênero Loxosceles, são conhecidas pelo padrão de coloração marrom a amarelo-acinzentado. Elas possuem seis olhos dispostos em três pares, têm o cefalotórax (parte anterior do corpo) levemente achatado e apresentam uma mancha escura característica, lembrando o formato de violino nesta região.

São pequenas, atingindo até cerca de 4 centímetros de comprimento com as pernas esticadas, sendo que os machos são menores e possuem as pernas mais longas do que as fêmeas. Além disso, essas aranhas produzem teias irregulares e dispersas, parecidas com algodão.

“Esses aracnídeos podem ser encontrados tanto na natureza como ao redor e no interior de residências nas áreas urbanas, como em materiais de construção acumulados, forros de telhados, atrás de móveis, fendas entre tábuas, rodapés e estrados de camas”, explica a especialista da Funed, Luana Varela.

Ela destaca que as aranhas do gênero Loxosceles são consideradas de importância médica no Brasil e são responsáveis pelo maior número de acidentes, sendo que o loxoscelismo corresponde à forma mais grave de envenenamento por aranhas no país. “Como são pequenas, essas aranhas podem entrar também em roupas, toalhas e em calçados. Os acidentes podem ocorrer quando esses animais são comprimidos contra o corpo”, alerta.

Sintomas

De acordo com a SES-MG, a picada da aranha-marrom sem tratamento pode repercutir em lesão de intensidade grave na pele (loxoscelismo cutâneo grave). Geralmente a ferida se torna dolorida e arroxeada, escurecendo aos poucos, e pode evoluir para a necrose após cerca de três dias.

Casos como esses são raros, tanto que nos últimos cinco anos não houve registros de necrose causada pela aranha-marrom no estado.

Ainda de acordo com a secretaria, o tratamento recomendado para as ocorrências de loxoscelismo cutâneo grave, ou cutâneo‐hemolítico, é a administração do soro antiaracnídico, que está disponível em todo o estado.

Dados experimentais revelam que a eficácia da soroterapia é reduzida após 36 horas no loxoscelismo cutâneo, e até o momento não há evidências de que o antiveneno (soroterapia) tenha efeito após 48 horas da picada.

Em relação à forma cutâneo‐hemolítica, o tratamento com soroterapia é indicado em qualquer momento do diagnóstico da hemólise, independentemente do tempo decorrido após o acidente.

Prevenção

A Funed recomenda as seguinte medidas para prevenir acidentes com a aranha-marrom:

• Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas e lixo;

• Inspecionar roupas, toalhas e calçados antes de usá-los;

• Vedar frestas e buracos em assoalhos;

• Manter ralos de cozinha e de banheiros fechados;

• Afastar camas e móveis das paredes;

• Não colocar as mãos diretamente em pedras ou troncos podres.

Ana Paula Oliveira

Jornalista formada em Brasília tendo a Capital Federal como principal cenário de atuação nos segmentos de revista, internet, jornalismo impresso e assessoria de imprensa. Infraero, Engenho Comunicação, Portal Fato Online e Câmara em Pauta, Revista BNC, Assessoria de Comunicação do Sesc-DF, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rádio Nacional da Amazônia e Jornal GuaráHOJE/Cidades são algumas das empresas nas quais teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos renomados nomes do jornalismo no Brasil, e não perdeu nenhuma chance de aprender com esses profissionais. Na televisão, atuou na TV local de Patos de Minas em 2017, além de experiências acadêmicas. Ana Paula Oliveira nasceu em Bonfinópolis de Minas e foi morar em Brasília aos 14 anos e retorna à cidade natal em 2018. Durante os 20 anos em que passou na capital, a bonfinopolitana não desperdiçou as chances de crescer como pessoa e também como profissional, com garra e determinação. Além disso, conquistou algo não menos fundamental na sua caminhada: amigos. Isso mesmo. Para a jornalista não ter verdadeiros amigos significa ter uma vida vazia. E, com certeza, esse é um dos seus objetivos, fazer novos amigos nessa nova jornada da vida.

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