O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), autarquia vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), promoverá o projeto “Viva Citros”, nos municípios de Formoso e Buritis, ambos localizados na região Noroeste de Minas Gerais.
Por ser uma região de destaque na citricultura, principalmente, na produção de laranja, o IMA, responsável por inspecionar plantações de citros e garantir que os pomares não estejam contaminados e, consequentemente, não disseminem pragas para outros locais, oferecerá palestras de conscientização sobre cancro cítrico e greening, agrotóxicos (uso e armazenamento), além do monitoramento de pragas na região, no dia 18/6, em Formoso, e 19, em Buritis. De acordo com dados da Seapa, a região é responsável pela produção de mais de 30 mil toneladas de laranja por ano.
Além de conscientizar os produtores sobre a importância do monitoramento dos pomares, para que a região continue sem focos de doenças, e sobre o cuidado no uso de agrotóxicos, o projeto também tem o objetivo de apresentar os serviços que o IMA realiza para garantir a saúde vegetal no estado.
Segundo o coordenador regional do IMA em Unaí, Gevair Campos, em meados de 2020 foi identificado, entre os municípios de Formoso e Buritis, a presença de cancro cítrico, “o responsável técnico da propriedade em questão notificou ao IMA sobre a suspeita da praga. Após a confirmação da existência da doença nesta plantação, as mudas foram destruídas para evitar a disseminação para outras propriedades”.
Durante o “Viva Citros”, haverá o monitoramento dos pomares da região com visitas dos técnicos do IMA às propriedades produtoras de citros, verificando se há a presença do cancro cítrico ou do greening. Também estão previstas palestras em escolas dos dois municípios, para abordar a importância da defesa sanitária vegetal e como esse trabalho, exercido pelo IMA, protege a economia e a população do estado.
“A ausência dessas pragas é exatamente o motivo da região estar crescendo ainda mais na produção de laranjas, limão e outras frutas cítricas. Há cinco anos tínhamos em torno de cem hectares plantados, hoje, a região conta com mais de mil hectares de citros”, contou Gevair.
O projeto “Viva Citros” pretende atingir um público diverso constituído por profissionais da área vegetal, produtores e também consumidores, a intenção é que a região continue livre do cancro cítrico e sem foco de greening. Além disso, a ação visa sensibilizar a cadeia produtiva sobre a importância do monitoramento dessas pragas, pois assim “empregos, produções e sustentabilidade do cultivo de citros da região são garantidos”, disse o coordenador. Durante o projeto, também haverá a capacitação de profissionais do IMA.
Perigo do cancro cítrico para a produção
O cancro cítrico, praga que acomete plantações de frutas como laranja, limão, lima, tangerina e cidra, pode se propagar através de vento, chuva e de equipamentos agrícolas contaminados, sendo uma doença que impacta na produtividade desses vegetais. Caso haja contaminação das lavouras, o citricultor terá prejuízos, pois a comercialização dessas frutas fica proibida, impactando em menor lucro e mais gastos. O cancro cítrico deprecia a qualidade da produção pela presença de lesões, queda prematura de frutos e restrição de vendas em áreas livres da doença.
Comprar mudas de locais registrados no IMA, instalar quebra-ventos na propriedade e dedetizar caixarias e ferramentas utilizadas no manejo das plantas, além de veículos utilizados no transporte, são algumas orientações do IMA para que o cancro cítrico seja evitado.
Saúde da produção de citros em Minas Gerais
As áreas produtoras de citros em Minas Gerais devem ser cadastradas no IMA e suas informações devem ser atualizadas anualmente. Essas propriedades devem ter um engenheiro agrônomo ou técnico agrícola habilitado pelo órgão, o responsável técnico, sendo também de sua responsabilidade a emissão do Certificado Fitossanitário de Origem (CFO), documento que garante a sanidade dos frutos.
O CFO é essencial para obter a Permissão de Trânsito Vegetal (PTV), emitida pelo IMA, e que assegura que a carga está livre de pragas e pode circular pelo território nacional sem risco. O IMA controla a disseminação de pragas por meio de barreiras sanitárias localizadas nas cidades de Extrema, Borda da Mata e nas unidades da CeasaMinas, em Contagem e Juiz de Fora. O greening nunca foi constatado nas cidades de Formoso e Buritis.