A técnica de irrigação lateral alternada tem se apresentado cada vez mais como uma opção viável e econômica para fruticultores mineiros, sobretudo em regiões semiáridas no Norte do estado. Com o objetivo de ampliar a difusão e aplicação do método para culturas como a da banana, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) promove, na tarde desta terça-feira (9/5), o dia de campo virtual “Técnica da irrigação lateral alternada como alternativa viável de economia de água na irrigação da bananeira”, com cinco palestras que serão transmitidas ao vivo pelo canal oficial da Epamig no Youtube, a partir de 13h30.
A metodologia funciona da seguinte forma: em uma linha de plantas da propriedade, são instaladas duas fileiras de irrigação por gotejamento nos dois lados dos vegetais, tendo seu funcionamento alternado durante diferentes intervalos de tempo. Deixa-se uma das linhas fechada, e a outra aberta, realizando uma alternância a cada sete dias, por exemplo, que foi um intervalo de tempo que apresentou ótimos resultados até o momento, segundo pesquisadores da Epamig.
Esse revezamento de lados da irrigação faz com que seja ativado um mecanismo fisiológico na zona radicular da planta, por meio do ácido abscísico, que controla o regulamento de abertura dos estômatos das folhas do vegetal. Com isso, a planta é capaz de preservar a umidade por mais tempo e, consequentemente, gerar uma redução da aplicação de água e também dos impactos financeiros para o cultivo.
“A Epamig tem realizado pesquisas com essa técnica há cerca de cinco anos, em parceria com a Embrapa Mandioca e Fruticultura, e o Instituto Federal Baiano. Já temos resultados satisfatórios para regiões com déficit hídrico, onde alternamos a irrigação diariamente, e a cada três, sete, 14 e 21 dias. Os dados indicam que esse método gera uma substancial economia de água e de recursos financeiros para o produtor rural”, relata um dos organizadores-palestrantes do evento, e pesquisador da Epamig Norte, João Batista Ribeiro da Silva Reis. Ele lembra que, além da banana, a técnica já foi experimentada com sucesso em outras culturas fruteiras típicas do Norte de Minas, como limão, manga e mamão.
Durante o evento, serão apresentadas informações sobre a implantação e o manejo da técnica; dados específicos sobre sua aplicação na bananicultura; vantagens de sua utilização; resultados de experimentos realizados na Epamig, dentre outros. “Vamos mostrar dados sobre produtividade, pegada hídrica (relacionada ao consumo de água), e para finalizar, teremos uma palestra sobre a realidade econômica da técnica em função dos resultados encontrados no campo”, explica João Batista. “A ideia central do evento é propagar o máximo de informações sobre esse método para que os produtores rurais, assim como pesquisadores, técnicos e professores da agricultura irrigada entendam que essa alternativa é bastante promissora”, finaliza o pesquisador.
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Sobre Ana Paula Oliveira
