O Governo do Distrito Federal (GDF) e a Embaixada da França ampliaram por mais quatro anos o projeto Escola Intercultural Bilíngue no Centro Educacional Lago Norte (Cedplan). A parceria estabelece ações para a oferta do ensino de francês e da cultura francófona aos mais de 400 estudantes da unidade pública. Essa foi a primeira iniciativa na rede pública de ensino do DF com dois idiomas.
O acordo de cooperação foi renovado na manhã desta terça-feira (4) com a assinatura de um novo memorando de entendimento pelo governador Ibaneis Rocha, pela secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, e pela embaixadora da França no Brasil, Brigitte Collet. “Fico muito feliz com a assinatura do nosso termo de compromisso. São quatro anos do projeto que começou aqui comigo”, afirmou o chefe do Executivo local.
“A ideia não é só ensinar o francês e a cultura francofônica, mas inovar em termos de pedagogia e incentivar os intercâmbios entre os jovens franceses e brasileiros”
Brigitte Collet, embaixadora da França no Brasil
A iniciativa Escola Intercultural Bilíngue foi implantada em agosto de 2019 no Cedplan e beneficia mais de 400 estudantes e conta com o envolvimento de 27 professores dos 52 do centro de ensino que foram capacitados pela Aliança Francesa. O projeto é tocado pela Secretaria de Educação em parceria com a Secretaria Extraordinária de Relações Internacionais. Após a assinatura, a parceria será publicada em até 20 dias no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF).
“É uma proposta de bilinguismo, em que a criança está ouvindo o tempo todo a língua francesa e tem toda a questão intercultural que envolve trazer um pouco da França para dentro da escola”
Hélvia Paranaguá, secretária de Educação
O documento estabelece iniciativas entre as partes para o projeto pedagógico. São elas: a execução de atividades extracurriculares na língua francesa; formação especializada em metodologia e coordenação de escola bilíngue para a equipe docente; viabilização de conexão entre profissionais nacionais e internacionais; possibilitação de intercâmbio cultural entre estudantes nacionais e internacionais; e apoio à unidade escolar no desenvolvimento dos projetos e atividades pedagógicas.
A embaixadora da França no Brasil lembrou que a parceria permitiu a criação da primeira escola bilíngue na rede pública do Distrito Federal com a inserção de uma proposta diferenciada. “É um projeto-piloto muito inovador em termos de pedagogia e prática dos professores. A ideia não é só ensinar o francês e a cultura francofônica, mas inovar em termos de pedagogia e incentivar os intercâmbios entre os jovens franceses e brasileiros”, defendeu Brigitte Collet.
Empolgada com a renovação, a secretária de Educação destacou que o projeto permite que a língua francesa seja oferecida para além da oferta nos Centros Interescolares de Línguas (CILs). “É uma proposta de bilinguismo em que a criança está ouvindo o tempo todo a língua francesa e tem toda a questão intercultural que envolve trazer um pouco da França para dentro da escola. Isso tem enriquecido o ambiente escolar”, comentou Hélvia Paranaguá.
Segundo idioma
Atualmente, o GDF conta com três escolas da rede pública com ensino bilíngue. Além do Centro Educacional do Lago Norte (Cedplan) com o francês, há aulas em inglês no Centro Educacional do Lago (CEL) e oferta de espanhol no Centro de Ensino Médio de Taguatinga. A próxima escola a receber o projeto é o Centro de Ensino Médio Integrado do Gama (Cemi), que terá o alemão como segundo idioma.
“Estamos abrindo espaço para o bilinguismo e para experiências interculturais para os estudantes do ensino público. Nós já firmamos a parceria com a Embaixada da Alemanha e estaremos implementando em breve no Gama”, disse a secretária de Educação.
O secretário-executivo de Relações Internacionais, Paulo César Chaves, ressaltou que a parceria reforça a importância que o governo tem dado à troca entre os países. “Trazer a cultura de outros países para intensificar o Distrito Federal, não só na parte do comércio, mas na educação. Isso visa não só o conhecimento, como as habilidades para o futuro dessas crianças”, definiu.