A música do Mar Aberto inspirou o título deste artigo. É de corações e sorrisos abertos – mesmo que de máscara – que o futuro pós pandemia deve ser encarado. Mais ainda, é preciso se preparar para um novo tempo. Tempo esse imprevisível. Depois de surpreendentes reviravoltas dos efeitos do coronavírus, diretamente na vida da população e também na economia, talvez esse seja o momento de planejar, mesmo que superficialmente, um ideal de vida após um longo período de privações e perdas – que para muitos – são irreversíveis. Como no caso de quem perdeu entes queridos para a doença.
Sem perder tempo, muitos brasileiros honraram a fama de povo trabalhador e se reinventaram diante do aumento do número de desempregados, eminente. Alguns adequaram suas empresas, outros criaram a própria fonte de renda, empreendendo, por meio da internet e do drive thru. Mas tem um outro grupo de pessoas, que se viu paralisado perante a decadência financeira agravada pelo caos instaurado, logo no início da epidemia.
É pensando na construção desse futuro incerto que a nação deve estar atenta aos acontecimentos deste ano de eleições. A CPI da Pandemia é o principal exemplo de que, nem diante da pior crise das últimas décadas os representantes políticos não respeitaram os eleitores brasileiros. Mais do que nunca, é preciso abrir os olhos e não se deixar levar por ilusões de que há um herói verdadeiro ou salvador da nossa Pátria.
Agir pela não interferência
Não exaltes os homens eminentes.
Para que não surja rivalidade entre o povo.
Não exibas os tesouros raros,
Para que o povo não os ambicione.
Não despertes as cobiças,
Para que as almas não sejam profanas.
O governo do sábio não desperta paixões,
Mas procura manter o povo na sobriedade,
E dar-lhe as coisas necessárias.
Não lhe oferece erudição,
Mas dá-lhe cultura do coração.
O sábio governa pelo não agir.
E tudo permanece em ordem.
Poema 3 do livro Lao-Tsé (Tao Te Ching)