A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) cobrou do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a liberação da venda em farmácias de autotestes para diagnóstico da Covid-19, doença causada pelo coronavírus. No ofício, os prefeitos defenderam o uso do teste como “uma das grandes estratégias para o enfrentamento da pandemia de Covid-19”.
“É embasada na testagem laboratorial em massa da população, auxiliando, assim, na tomada de decisão para o imediato isolamento social dos pacientes e de seus contactantes diretos, a fim de interromper o ciclo natural de transmissão da doença”, destaca o documento.
O pedido se justifica, segundo os prefeitos, por causa do aumento no número de casos da doença nas primeiras semanas de janeiro e da redução de dez para cinco dias do período de isolamento de pessoas com suspeita do vírus.
Negociações
A Anvisa e o Ministério da Saúde negociam a criação de uma política pública para autotestagem de Covid-19. Técnicos da pasta entendem que os exames podem ser importantes para o controle da variante Ômicron.
Nas conversas, a tendência mais forte é que seja elaborada uma normativa temporária para o uso do exame. Um dos pontos que exigem mais atenção é o fato de a Covid-19 ser uma doença de notificação compulsória, ou seja, obrigatória.
No Brasil, o autoteste ainda não é permitido, apenas as farmácias realizam os exames, que são feitos com a coleta de material no nariz usando cotonete ou por saliva.
Na Europa, por exemplo, há seis modelos diferentes de autotestes rápidos de antígeno certificados pelo Centro Comum de Investigação da União Europeia, serviço científico da Comissão Europeia.
Os exames são vendidos livremente em farmácias, sem exigência de prescrição médica, e têm resultado detectado entre 10 e 30 minutos.
O autoteste, porém, tem sensibilidade menor do que outros exames (como o PCR) e está sujeito a erro do paciente não treinado.