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sábado, novembro 23, 2024
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    Painel da Saúde sobre violência contra a mulher ganha concurso estadual

    O painel “Olhares sobre a Violência Contra as Mulheres”, da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), foi eleito, nessa segunda-feira (8/5), como a melhor solução ao Desafio 8M – Uso de Dados Abertos sobre Violência contra a Mulher em Minas Gerais. O concurso virtual, que teve como objetivo estimular soluções inovadoras para a disseminação do conhecimento sobre o assunto, foi organizado pela ONG Casa Elza, com o apoio institucional da Controladoria-Geral do Estado (CGE-MG) e da Polícia Civil (PCMG).

    Conheça o trabalho premiado clicando aqui.

    O painel da SES-MG agregou a base da Polícia Civil com a do Sistema Único de Saúde (SUS), proporcionando visualizações de fácil entendimento e com alto potencial interpretativo dos dados. O resultado amplia o acesso às informações sobre violência contra as mulheres e constrói um retrato da violência no estado, agora também sob a ótica da saúde pública.

    “A divulgação desses dados é muito importante para fazermos políticas públicas a partir de dados concretos, localizando a nossa atuação para todos os municípios do estado de Minas Gerais. Com essas informações é possível identificar as reais necessidades de cada um dos 853 municípios do estado com dados concretos e desenhando políticas públicas pautadas com esses indicadores”, disse Eduardo Campos Prosdocimi, subsecretário de Vigilância em Saúde.

    Segundo a diretora de Vigilância de Condições Crônicas da SES-MG, Ana Paula Mendes Carvalho, que esteve à frente da equipe que elaborou o painel, a integração de dados das áreas de segurança e saúde contribui para uma visão mais ampliada da violência contra a mulher, uma vez que são áreas orientadas por concepções, condutas e objetivos distintos.

    “Acreditamos que o trabalho contribui com a construção das políticas públicas complementares que são focadas no enfrentamento deste problema social”, explica a diretora, para quem a utilização das informações pela sociedade civil pode gerar contribuições para elaboração de estratégias de enfrentamento do problema, bem como sugestões para incorporação de novas informações e diferentes formas de apresentação dos dados.

    “Os dados reunidos no painel são úteis não somente para a sociedade, como, também, para a formulação, implementação e avaliação de políticas públicas. A análise de dados e as características do perfil de mulheres que sofreram violência permitem que a Secretaria de Estado de Saúde faça recomendações para as secretarias municipais de saúde sobre a atuação para prevenir essas situações”, complementa Ana Paula.

    O painel

    A publicação do painel, com interface e linguagem adaptadas para melhor compreensão pelo usuário, foi estruturada em 19 abas, nas quais é possível acessar gráficos e mapas sobre características das mulheres vítimas de violência, tipos de violência, local e ano da ocorrência.

    Em cada aba, também está disponível a interpretação das principais informações apresentadas em forma de textos curtos e objetivos. O painel permite ainda a seleção específica de dados por município do Estado, o que possibilita o conhecimento da ocorrência da violência na população em cada território.

    “Nosso trabalho foi transformar esses dados em gráficos e mapas de uma forma acessível para a população e, também, interpretar os principais resultados. É uma satisfação muito grande ganharmos esse prêmio do desafio, pois mostra a entrega que nós, trabalhadores do SUS, estamos fazendo para a população. Esperamos que também que os dados possam qualificar as nossas ações e políticas públicas no enfrentamento desse problema”, avaliou Ana Paula.

    O projeto foi licenciado com o uso CC BY 4.0, da Creative Commons, liberando a utilização do material para todos que precisam distribuir, remixar, adaptar e criar a partir de seus dados, desde que seja atribuído crédito à SES-MG.

    Perfil das vítimas

    A violência contra a mulher é um agravo de notificação compulsória. Assim, todo serviço de saúde, ao receber um caso suspeito ou confirmado, obrigatoriamente, deve notificar o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Os dados de saúde utilizados no painel foram retirados desse sistema.

    “Atualmente, as mulheres jovens são as que mais sofrem violência e a maioria dos casos de violência ocorrem dentro das suas casas. Além disso, são as pretas e as pardas que mais sofrem com a violência”, explicou Ana Paula Carvalho.

    Os dados registrados pela Polícia Civil, são delitos sexuais, físicos e psicológicos contra mulheres. Desde 2016, foram registrados cerca de 720 mil casos de delitos contra as mineiras. Desde número, 1.179 foram feminicídios.



    Sobre Ana Paula Oliveira
    Jornalista formada em Brasília tendo a Capital Federal como principal cenário de atuação nos segmentos de revista, internet, jornalismo impresso e assessoria de imprensa. Infraero, Engenho Comunicação, Portal Fato Online e Câmara em Pauta, Revista BNC, Assessoria de Comunicação do Sesc-DF, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rádio Nacional da Amazônia e Jornal GuaráHOJE/Cidades são algumas das empresas nas quais teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos renomados nomes do jornalismo no Brasil, e não perdeu nenhuma chance de aprender com esses profissionais. Na televisão, atuou na TV local de Patos de Minas em 2017, além de experiências acadêmicas.
    Ana Paula Oliveira nasceu em Bonfinópolis de Minas e foi morar em Brasília aos 14 anos e retorna à cidade natal em 2018. Durante os 20 anos em que passou na capital, a bonfinopolitana não desperdiçou as chances de crescer como pessoa e também como profissional, com garra e determinação. Além disso, conquistou algo não menos fundamental na sua caminhada: amigos. Isso mesmo. Para a jornalista não ter verdadeiros amigos significa ter uma vida vazia. E, com certeza, esse é um dos seus objetivos, fazer novos amigos nessa nova jornada da vida..

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