O trabalho desenvolvido é voluntário e o grupo sobrevive de doações e recursos próprios
O Grupo de Teatro Amador Flor de Lótus atende cerca de 30 crianças e pré-adolescentes de Bonfinópolis de Minas. Outras aguardam na fila de espera do projeto. A iniciativa de Rose busca oferecer espetáculos que abordem temas relacionados à educação, cidadania, meio ambiente, relacionamentos interpessoais, saúde e outras abordagens que valorizam a vida individual e coletiva. O projeto também valoriza a leitura, o talento e a transformação individual do aluno.
Rosilei Martins, 45, a tia Rose, é a responsável por complementar o ensino regular, por meio da arte e cultura, promovidas pelo teatro. Quando morava em Brasília, estava acostumada a ver a filha Ana Catarina, de 12 anos, envolvida com arte e cultura. Ao se mudar para Bonfinópolis de Minas, cidade pequena do interior, além de encontrar o sossego e a tranquilidade que buscava, enxergou a missão de desenvolver a criatividade e a capacidade artísticas de crianças e adolescentes, por meio de interpretações de peças teatrais.
Formada em ciências da computação, Rose percebeu o quanto a filha sentia falta de arte e cultura na cidade e isso a inspirou a dar início a alguma atividade cultural, foi quando criou o Grupo de Teatro Amador Flor de Lótus. Casada com o funcionário público aposentado Emanuel Cardoso e mãe de filha única recebeu o apoio de que precisava para iniciar o projeto. A primeira peça a ser ensaiada foi A Onça de Asas, de Valmir Ayala, em 2013, com seis crianças. Depois, em 2016, a peça Romeu e Julieta. A ideia é não parar mais. “A gente viu que as crianças daqui não têm essa informação cultural. Não têm nenhuma atividade”, lamenta.
Sem formação em artes cênicas, a tia Rose usou as experiências de quando acompanhava a filha em participações em peças teatrais na escola e também fez um curso de letras, além de buscar referenciais teóricos sobre teatro na escola e aprender novas didáticas para melhorar cada vez mais o trabalho desenvolvido com as crianças. O empenho de Rose levou o grupo para uma apresentação no aniversário de 61 anos do Zoológico de Brasília, no início deste mês.
No início, a Prefeitura de Bonfinópolis de Minas cedeu uma das escolas municipais da cidade para os ensaios nos finais de semana — quando a escola não é utilizada pelos estudantes — antes disso, as crianças ensaiavam nas ruas. Atualmente, os ensaios são feitos duas vezes por semana, na casa da tia Rose e o projeto não recebe nenhum apoio financeiro. Os pais das crianças ajudam com a compra das sapatilhas, meias-calças, quando tem apresentação programada. Os figurinos, maquiagem e tudo que for necessário é bancado pela família de Rose, além de pequenas doações de roupas para bazar e uma leitoa, que o grupo recebeu recentemente. O animal foi rifado para arrecadar o dinheiro da compra dos microfones, que serão usados nas apresentações.
Além disso, aos poucos, o grupo foi ganhando o apoio dos pais e familiares das crianças, a secretária de Educação municipal, Helena de Menezes também é uma grande parceira em relação ao transporte das crianças e uma costureira da cidade ajuda bastante na confecção dos figurinos. Quem também quiser ajudar o projeto de alguma forma ou só conhecer mesmo ou, até mesmo, fazer parte do grupo de teatro, pode entrar em contato no número da tia Rose. (38) 99879-0408. Os ensaios acontecem nas terças e quintas, na Rua Esmeralda, n.º 800.