As ferrovias fazem parte da história e da cultura de Minas Gerais. O Estado possui a maior malha ferroviária do país: são cerca de cinco mil quilômetros que cruzam 180 municípios e ligam as regiões Norte e Sul, ajudando no escoamento da produção de grãos e minerária. Para que o setor continue relevante, é fundamental o investimento em modernização e a atualização permanente da tecnologia e do conhecimento. Com esse propósito, assinou-se um Memorando de Entendimentos (MOU) entre o Núcleo de Desenvolvimento Ferroviário de Minas Gerais (NDF) e o Birmingham Centre of Railway Research and Education (BCRRE) da Universidade de Birmingham, do Reino Unido.
A assinatura foi realizada nessa terça-feira (23/5) em evento na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). A solenidade reuniu as instituições parceiras no projeto: Fapemig, secretarias estaduais de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) e de Desenvolvimento Econômico (Sede), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG). O Reino Unido foi representado pelo Consulado Britânico em Belo Horizonte e pelo diretor do BCRRE.
O presidente da Fapemig, Paulo Beirão, destacou a importância da iniciativa em seu pronunciamento. “A Fapemig sempre estará pronta a aderir e apoiar ações baseadas em ciência e tecnologia que tenham impacto potencial no desenvolvimento econômico e social do Estado”. Ele referiu-se à parceria com Universidade de Birmingham como um resgate histórico, já que muitas ferrovias do país foram construídas em conjunto com a Inglaterra.
A secretária adjunta de Desenvolvimento Econômico, Kathleen Garcia, destacou a importância da pesquisa científica e tecnológica voltada para o aprimoramento da infraestrutura ferroviária. Ela falou sobre o sucesso do Estado na atração de investimentos e empresas, o que requer como contrapartida soluções de infraestrutura. Garcia finalizou com um apelo para as instituições e os pesquisadores envolvidos no acordo: “Sejam rápidos! Tragam informações, conhecimento e inovações para nos ajudarem a atender tais demandas”.
Perspectivas
O NDF tem como missão contribuir para desenvolver e modernizar o transporte ferroviário de Minas Gerais, com formação, treinamento de pessoal, pesquisas e desenvolvimento para geração e transferência de novas tecnologias. Júlio Cesar Costa Campos, coordenador do NDF e professor da Universidade Federal de Viçosa, apresentou o Núcleo e falou sobre perspectivas com a assinatura do MOU.
Campos relembrou a criação do NDF, em 2021, com inicialmente três universidades parceiras. Hoje, o NDF é composto por 13 instituições, que desenvolvem projetos sobre aspectos diversos, desde o uso de rejeito de mineração em camadas de pavimento ferroviário e climatização de vagões até a análise espacial e do desenvolvimento do transporte ferroviário em Minas Gerais.
Para ele, um dos destaques da parceria firmada com a Universidade de Birmingham é a possibilidade de capacitação de pesquisadores para desenvolverem estudos sobre o setor metro ferroviário. “Hoje, no Estado, possuímos apenas um curso de Engenharia Ferroviária. Esse acordo abre caminho para pensarmos em novos cursos de graduação e pós-graduação”.
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Instituições que compõem o NDF:
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – Cefet-MG
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai
Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes
Universidade do Estado de Minas Gerais – Uemg
Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF
Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG
Universidade Federal de Ouro Preto – Ufop
Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM
Universidade Federal de Uberlândia – UFU
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM
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