O esquema vacinal completo é a melhor arma para enfrentar a covid-19, alertam as autoridades de saúde. O chamado absenteísmo – representado por pessoas que não tomaram as doses de reforço do imunizante – é uma realidade no DF, onde muitas pessoas têm resistido em retornar às salas de vacinação.
Dados da Secretaria de Saúde apontam que a cobertura vacinal para a segunda dose ou dose única já supera a marca de 90% para indivíduos de 40 anos ou mais. Com relação ao reforço, a capital ainda tem números abaixo de 50% na mesma faixa etária.
“Lembramos à população que é fundamental completar o seu cartão vacinal. Temos estoque de vacina aqui no DF e o nosso trabalho é para, aos poucos, ir baixando a faixa etária. Vacina boa é no braço, e não na geladeira dos postos”
Lucilene Florêncio, secretária de Saúde
A vacinação na capital começou em 19 de janeiro de 2021. Após 1 ano e 4 meses, a população acima de 40 anos já tem acesso à quarta dose, ou seja, após as duas iniciais vêm as duas de reforço. No caso do imunizante Janssen (dose única), seria a terceira vacina no braço.
De acordo com o diretor de Vigilância Epidemiológica da pasta, Fabiano dos Anjos Martins, é preciso lembrar que há um ‘prazo de validade’ do imunizante. “A vacina tem um período de proteção efetivo que dura em torno de quatro meses. Se a pessoa não está com o sistema vacinal completo, a proteção contra a covid-19 fica fragilizada”, adianta.
Os números do último boletim especial da doença, de autoria da secretaria, mostram o efeito protetivo da vacina. Segundo os dados de 2022 (quadro abaixo), o número de óbitos em decorrência do coronavírus é quatro vezes menor entre os que possuem a imunização completa na faixa etária de 60 a 69 anos.
A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes também chama a atenção: chega a ser 13 vezes menor na população com 80 anos ou mais que se esforçou em completar o ciclo de prevenção. Com relação às mortes até junho deste ano, foram notificadas 523 em todo o DF – são mais de 11 mil desde 2020.
“Já está cientificamente provado e é aceito pela literatura que com a proteção vacinal existem casos, mas de menor gravidade”, frisa a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.
“Lembramos à população que é fundamental completar o seu cartão vacinal. Temos estoque de vacina aqui no DF e o nosso trabalho é para, aos poucos, ir baixando a faixa etária. Vacina boa é no braço, e não na geladeira dos postos”, alerta Lucilene. “Ter todas as vacinas significa dar ao nosso sistema imunológico uma capacidade grande de responder a uma infecção”, reforça Fabiano.
Novo reforço para maiores de 40 anos
Esta quinta-feira (16), feriado de Corpus Christi, também foi dia de vacinação em Brasília e o início da aplicação da 2ª dose de reforço para quem tem 40 anos ou mais. Quatro postos foram abertos à população: em Sobradinho II, na Asa Sul, Taguatinga e Ceilândia. No total, a secretaria dispõe de 136 salas de vacinação contra a covid-19.
O movimento na UBS 2 de Sobradinho II começou pouco antes das 9h. Além do público entre 40 e 50 anos, crianças e pessoas em busca ainda do primeiro reforço receberam o imunizante. O defensor público Gustavo Zortea, 42, foi um dos primeiros vacinados. Ele aproveitou para levar a irmã Ana Carolina Zortea, 45, que veio de Curitiba visitá-lo, e também garantiu sua dose.
“Temos notícia que estão sobrando algumas doses aqui em Brasília. É importantíssimo as pessoas se conscientizarem que não são apenas duas doses e, sim, quatro, e que toda a população deve ter”, diz. “Quantas vacinas forem oferecidas contra covid, eu, meus filhos e minha esposa iremos tomar”, finaliza.