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segunda-feira, novembro 25, 2024
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    Novas Casas da Mulher Brasileira e atendimento especializado na saúde

    A força-tarefa do governo de combate ao feminicídio apresentou, nesta segunda-feira (3), as 37 ações de curto, médio e longo prazo a serem adotadas nas áreas de saúde, segurança pública, justiça, educação e assistência social. Entre as medidas, a construção de novas Casas da Mulher Brasileira e a rede inédita de atendimento especializado na saúde nos casos de pessoas expostas a violência.

    O grupo foi instituído em fevereiro com o objetivo de unir órgãos de governo para propor e estabelecer políticas públicas de proteção às mulheres. A coletiva desta segunda-feira (3) apresentou o resultado desse trabalho e mostrou o que o GDF e outros órgãos já fizeram e o que vão fazer.

    A força-tarefa definiu como meta, por exemplo, a proposição e a regulamentação de leis com auxílio às mulheres vítimas de violência e aos órfãos do feminicídio, bem como a regulamentação do aluguel social para vítimas de violência doméstica. Outra medida é ampliar a rede de apoio jurídico e fortalecer o atendimento socioassistencial.

    “Foram 45 dias de trabalho na força-tarefa para se chegar ao relatório, com medidas que passam a ser implementadas em curto, médio e longo prazo. Mas é importante lembrar que já tivemos mais de 230 ações ocorrendo em todo o DF no ‘Março Mais Mulher’ e vamos dar continuidade agora, com a construção de três unidades da Casa da Mulher Brasileira, já com recursos previstos, e temos uma quarta prevista, em processo técnico. Além disso, temos esse trabalho na saúde que vai ser pioneiro em todo o país”, afirmou a secretária da Mulher, Giselle Ferreira.

    A cada dois minutos, uma mulher é agredida no país e, a cada sete horas, uma é morta por um parceiro ou ex-parceiro. Esses números alarmantes e o fato de o Brasil ser o quinto colocado no ranking mundial do feminicídio têm levado gestores públicos em todo o país a adotar ações efetivas para prevenir e combater essa violência.

    Uma dessas ações foi justamente a criação de um atendimento especializado na saúde, conforme explica a secretária da pasta, Lucilene Florêncio. “Temos, no Brasil, cinco redes de atenção à saúde (Rede Cegonha, Cuidado à Pessoa com Deficiência, Atenção Psicossocial, de Urgência e Emergência e Atenção às Doenças Crônicas), e o DF hoje sai na frente por ser a única unidade da Federação que tem a sexta rede. Publicamos a Portaria 108, que é a da Rede de Atenção às Pessoas Expostas a Situações de Violência, e vamos implementá-la em todo o sistema de saúde”, explica.

    Apoio jurídico

    A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, pontuou que a pasta atua com os núcleos de atendimento do Pró-Vítima e pretende aumentar os serviços jurídicos com apoio de advogados e advogadas voluntárias, além da advocacia dativa.

    “O peso da lei é importante para fortalecer as mulheres num momento tão frágil. Um dos pontos que a mulher recua é que ela não sabe seus direitos e não sabe judicializar, e a falta de informação e de atendimento especializado faz com que ela recue. Portanto, vamos avançar nessa questão”

    Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania

    Os advogados dativos são nomeados pelo juiz para atuar em processos judiciais nas comarcas onde o número de defensores públicos é insuficiente para atender às demandas de quem não tem como pagar por alguém que atue em seu favor em um processo. Agora, a Sejus trabalha para que eles reforcem essa atuação junto às vítimas de violência.

    “O peso da lei é importante para fortalecer as mulheres num momento tão frágil. Um dos pontos que a mulher recua é que ela não sabe seus direitos e não sabe judicializar, e a falta de informação e de atendimento especializado faz com que ela recue. Portanto, vamos avançar nessa questão”, detalha Passamani.

    Sobre a força-tarefa

    A força-tarefa foi instituída por meio do Decreto nº 44.206/2023 com o objetivo de conscientizar a população de que a violência doméstica é um problema de toda a sociedade e para que todos os órgão trabalhem de forma conjunta e transversal no combate aos crimes contra as mulheres, no enfrentamento à violência e também na promoção da mulher, principalmente em relação a sua autonomia econômica.

    Foram envolvidas equipes técnicas das secretarias da Mulher, Justiça e Cidadania, Família e Juventude, Saúde, Educação, Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, Comunicação, Segurança Pública, Desenvolvimento Social, Defensoria Pública do Distrito Federal, Companhia Energética de Brasília. E, também, participarão Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT); Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT); Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF); e a Ordem dos Advogados do Brasil.

    Confira, a seguir, as ações da força-tarefa:

    Ações de curto prazo:

    – Lançamento da versão impressa da Cartilha de Enfrentamento à Cultura do Estupro
    Órgão responsável: Defensoria Pública do Distrito Federal

    – Publicação do Decreto de criação da Rede de Proteção aos Órfãos do Feminicídio (Lei nº 6.937/2021)
    Órgão responsável: Secretaria da Mulher

    – Assinatura do Contrato para construção das novas Casas da Mulher Brasileira
    Órgão responsável: Secretaria da Mulher

    – Propor Decreto regulamentar da Lei nº 6.929/2021 que cria o Relatório Violência Contra a Mulher e Feminicídio
    Órgão responsável: Secretaria da Mulher

    – Propor Projeto de Lei que crie os auxílios às mulheres vítimas de violência e em situação de vulnerabilidade e o auxílio aos órfãos do feminicídio (Lei nº 6.937/2021)
    Órgão responsável: Secretaria da Mulher

    – Propor Decreto regulamentador da Lei nº 6.623/2020 que trata do aluguel social específico para mulheres vítimas de violência
    Órgão responsável: Secretaria da Mulher

    – Ação de divulgação nos ônibus de campanha institucional contra violência de gênero
    Órgão responsável: Secretaria da Mulher

    – Propor Decreto que disponha sobre percentual de vagas nos contratos de serviços terceirizados do GDF para mulheres vítimas de violência
    Órgão responsável: Secretaria da Mulher

    – Propor Decreto que disponha sobre a obrigatoriedade de constar no conteúdo programático de concursos públicos realizados no DF, o Plano Distrital de Políticas para Mulheres
    Órgão responsável: Secretaria da Mulher

    – Formação contínua dos servidores da SMDF, com base nas portarias regulamentadoras
    Órgão responsável: Secretaria da Mulher

    – Reunião com a equipe da Arena BRB para planejar campanha a ser veiculada no estádio durante as partidas de futebol ou eventos em geral
    Órgão responsável: Secretaria da Mulher

    – Propor decreto regulamentador da Lei nº 5.806/2017 que dispõe sobre a valorização das Secretaria de Estado da Mulher mulheres e o combate ao machismo na rede pública de ensino do DF
    Órgão responsável: Secretaria da Mulher

    – Realização de encontro entre os servidores dos equipamentos da SMDF, Sejus, Sedes, SES e SSP
    Órgão responsável: Secretarias da Mulher, da Justiça e Cidadania, de Desenvolvimento Social e da Segurança Pública

    – Portaria conjunta com a Educação para ações integradas de formação dos professores e ações voltadas para o combate à violência contra as mulheres
    Órgão responsável: Secretarias de Educação e da Mulher

    Ações de médio prazo:

    – Propor Decreto regulamentador da Lei nº 6.262/2019 que dispõe sobre o Selo Empresa Amiga da Mulher
    Órgão responsável: Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda

    – Propor Decreto regulamentador da Lei nº 6.933/2021 que trata do Programa de Monitoramento Integrado
    Órgão responsável: Secretaria da Segurança Pública

    – Propor Decreto regulamentador da Lei nº 6.912/2021 que dispõe sobre o Formulário Nacional de Avaliação de Risco e o Sistema Distrital de Avaliação de Risco
    Órgão responsável: Secretaria da Mulher

    – Propor Decreto regulamentador da Lei nº 6.910/2021 que dispõe sobre o acompanhamento e assistência à mulher após o período em casa abrigo
    Órgão responsável: Secretaria da Mulher

    – Incluir percentual de reserva de vagas nos cursos de capacitação ofertadas pela Sedet nos próximos editais para as mulheres vítimas de violência
    Órgão responsável: Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda

    – Inclusão nos conteúdos programáticos dos curso de capacitação o tema violência contra mulher
    Órgão responsável: Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda

    – Intensificar e sistematizar as ações de formação nas escolas públicas pelos programas Maria da Penha Vai à Escola e Sejus nas Escolas
    Órgão responsável: TJDFT e órgãos que atuam no programa

    – Ônibus da Sedes para atendimento nos equipamentos da SMDF
    Órgão responsável: Secretarias de Desenvolvimento Social e da Mulher

    – Fomento à estruturação de redes locais de combate à violência contra as mulheres
    Órgão responsável: MPDFT

    – Propor Decreto regulamentador da Lei nº 6.779/2021 que dispõe sobre a política de dignidade menstrual
    Órgão responsável: Secretarias de Educação e de Saúde

    – Assinatura de Acordo de Cooperação entre o GDF e o TJDFT para inclusão de todos os órgãos no Programa Maria da Penha Vai à Escola
    Órgão responsável: Secretaria da Mulher

    Ações de longo prazo:

    – Projeto Maria da Penha vai à Sedes para formação dos servidores da Sedes. O projeto será realizado em quatro etapas
    Órgão responsável: Secretaria de Desenvolvimento Social

    – Manutenção do Projeto Renovação para Mulheres Defensoria Pública do Distrito e Homens para reflexão dos direitos da mulher e combate à violência
    Órgão responsável: governo federal

    – Formação específica no tema políticas para mulheres para os 34 Conselhos Comunitários de Segurança
    Órgão responsável: Secretaria de Segurança Pública

    – Ampliar o quantitativo de mulheres e agressores atendidos nos equipamentos da SMDF
    Órgão responsável: Secretaria da Mulher

    – Iluminação pública das paradas de ônibus e adjacências para prevenir crimes
    Órgão responsável: CEB

    – Agenda comum de atendimentos, materiais e eventos voltados para mulheres em um sítio nos sites das secretarias
    Órgão responsável: Todos os órgãos do Distrito Federal

    – Compartilhamento de dados de atendimento de mulheres (sistema único)
    Órgão responsável: Todos os órgãos do GDF

    – Criação de protocolos de atendimento às mulheres nos diversos órgãos, visando unificação
    Órgão responsável: Todos os órgãos do GDF

    – Criação de protocolo para os servidores do GDF que atenderem mulheres vítimas de violência
    Órgão responsável: Todos os órgãos do GDF

    – Formação dos servidores do GDF para identificar situação de violência e orientar como acessar os canais de ajuda
    Órgão responsável: Todos os órgãos do GDF

    – Execução do Programa Estações – Mulheres Educadoras – Colóquio: Fortalecimento da Campanha Agosto Lilás (conscientização e combate à violência contra a mulher)
    Órgão responsável: Secretaria de Educação

    – Realizar a Semana do Servidor, em Outubro, com Seminário Nacional de Qualidade de Vida, Saúde e Bem-estar no Ambiente de Trabalho (Palestra Magna: Viviane Mosé com enfoque feminino e workshop Impactos na saúde mental, enfrentamento e superação: Situações de violência contra as mulheres nas relações de trabalho
    Órgão responsável: Secretaria de Educação



    Sobre Ana Paula Oliveira
    Jornalista formada em Brasília tendo a Capital Federal como principal cenário de atuação nos segmentos de revista, internet, jornalismo impresso e assessoria de imprensa. Infraero, Engenho Comunicação, Portal Fato Online e Câmara em Pauta, Revista BNC, Assessoria de Comunicação do Sesc-DF, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rádio Nacional da Amazônia e Jornal GuaráHOJE/Cidades são algumas das empresas nas quais teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos renomados nomes do jornalismo no Brasil, e não perdeu nenhuma chance de aprender com esses profissionais. Na televisão, atuou na TV local de Patos de Minas em 2017, além de experiências acadêmicas.
    Ana Paula Oliveira nasceu em Bonfinópolis de Minas e foi morar em Brasília aos 14 anos e retorna à cidade natal em 2018. Durante os 20 anos em que passou na capital, a bonfinopolitana não desperdiçou as chances de crescer como pessoa e também como profissional, com garra e determinação. Além disso, conquistou algo não menos fundamental na sua caminhada: amigos. Isso mesmo. Para a jornalista não ter verdadeiros amigos significa ter uma vida vazia. E, com certeza, esse é um dos seus objetivos, fazer novos amigos nessa nova jornada da vida..

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