Por Fernando Jordão
O clima olímpico tomou o Brasil. Nos últimos 15 dias, foram comuns as cenas de gente que parou tudo para acompanhar o desempenho dos nossos atletas. E esse clima também estimulou muitas pessoas a praticar esportes. Em Brasília, a cidade-parque, o que não faltam são espaços públicos para quem quer iniciar ou seguir a vida esportiva.
Uma das grandes atrações brasileiras nos Jogos Olímpicos de Paris foi, mais uma vez, a fadinha do skate, Rayssa Leal. Aos 16 anos, ela conquistou a segunda medalha e se tornou a atleta mais jovem a subir ao pódio em duas Olimpíadas diferentes. A história da jovem maranhense é inspiração para várias crianças do Distrito Federal, que podem praticar o esporte em pistas públicas, como as do Deck Sul, da Candangolândia, do Núcleo Bandeirante e do Riacho Fundo, além do Skate Park da Octogonal — o primeiro equipamento profissional do tipo no DF, inaugurado no ano passado, com investimento de R$ 900 mil.
Giovana Saldanha, de 12 anos, era uma das várias crianças que aproveitavam a manhã deste domingo (11) na pista. Tímida, ela contou achar legal praticar o esporte e disse já ter se imaginado ganhando uma medalha olímpica. O pai, o motorista de aplicativo Fabiano Saldanha, acompanhava tudo. “Acho o espaço muito bacana porque o esporte como um todo é uma coisa muito boa, tanto para a saúde física e mental quanto para a interação com as pessoas, socialização”, destacou ele.
Em outra parte da pista, Nicolas Granado, 9 anos, contava com a ajuda da mãe, Juliana Granado, para executar manobras. A inspiração do pequeno era outro medalhista olímpico, Augusto Akio, conhecido como Japinha. “Ele é muito bom de patins, agora skate é novo”, relatou a contadora sobre o filho. “Muito legal que fizeram essa skate park aqui, ajuda bastante, pertinho de casa”, acrescentou.
20 quadras
Responsável pela última medalha de ouro do Brasil em Paris, o vôlei de praia é outro queridinho dos brasilienses. São, pelo menos, 20 quadras públicas sob responsabilidade do Governo do Distrito Federal (GDF), em espaços como o Parque Ecológico Águas Claras, o Parque Vivencial Metropolitana, no Núcleo Bandeirante, e o Parque da Cidade. Este último é o escolhido por Gleison Sena para praticar o esporte todos os domingos. “Aqui tem do iniciante até o top, todo mundo ajuda todo mundo, um carrega o outro, a energia é bem legal”, ressaltou o prestador de serviços, que pedala 23 km para chegar ao Parque a partir da casa dele, em Taguatinga Sul.
O maior parque urbano da América Latina também é elogiado pela profissional de TI Maria Eduarda da Silva: “Não tem muitos lugares com uma estrutura como aqui em Brasília. O Parque da Cidade é incrível, tem muito espaço, muita estrutura e é bem cuidado”.
No mesmo local, a jovem também é voluntária do projeto Correndo com Você, no qual ajuda deficientes visuais a praticar corrida e caminhada. Um lembrete de que as Olimpíadas podem até ter chegado ao fim, mas que ainda haverá muita emoção nos próximos dias, com os Jogos Paralímpicos.
Mais esportes
12
Número de Centros Olímpicos e Paralímpicos no DF
A prática esportiva é atividade central dos Centros Olímpicos e Paralímpicos do DF. Atualmente, são 12 equipamentos, que atendem cerca de 40 mil pessoas, de acordo com a Secretaria de Esporte e Lazer. Neles, são ofertados esportes como natação, futebol, basquete, vôlei e artes marciais.
Há ainda os Centros de Iniciação Desportiva (CIDs), geridos pela Secretaria de Educação. São 143 equipamentos espalhados por todas as regionais de ensino, onde estudantes da rede pública podem praticar esportes como judô, vôlei e a atual paixão nacional, a ginástica artística — responsável por quatro das 20 medalhas do Brasil em Paris.
E, ao falar de paixão nacional, não dá para deixar o futebol de lado. Ainda que a fase do masculino não seja das melhores, o feminino voltou a subir ao pódio olímpico após 16 anos. No DF, os futuros atletas profissionais — ou apenas aqueles de fim de semana — podem contar com os 83 campos sintéticos construídos ou reformados pelo GDF desde 2019. Um estímulo, quem sabe, para que novas e novos atletas possam representar o Brasil nos gramados — incluindo a Copa do Mundo Feminina de 2027, que terá Brasília entre as sedes —, a exemplo da brasiliense Gabi Portilho, prata em Paris.