Por Ana Paula Oliveira
Muitos podem confundir sotaque com regionalismo, afinal ambos possuem características únicas de determinadas regiões, no Brasil e fora dele. Por sua ampla abrangência geográfica, os brasileiros têm o privilégio de experimentar em um só país, uma grande variação de regionalismos e sotaques.
De norte a sul, de leste a oeste, as populações têm características marcantes, seja na fala seja no comportamento, que são capazes de revelar suas origens a um desconhecido.
As peculiaridades não se resumem a um estado: dentro de cada um dos 27 estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal, há diferentes formas de pronúncias das palavras, expressões e costumes específicos, tornando quase impossível esmiuçar e vivenciar todos os regionalismos e sotaques existentes no país. Com isso, o regionalismo e o sotaque das capitais de cada estado são os mais reconhecidos nacionalmente.
Neste artigo, vamos mostrar a diferença entre os conceitos de sotaque e regionalismo. Confira!
Sotaque
Sotaque é a pronúncia própria de cada indivíduo em determinada região ou nação no mundo. Ele é caracterizado pela influência de aspectos linguísticos da sua língua nativa.
No sotaque contido na fala do indivíduo, é possível perceber a identidade cultural de forma leve e descontraída. Em alguns casos, antes mesmo da apresentação formal, esse elemento promove uma aproximação entres diferentes culturas.
Regionalismo
Regionalismo consiste no emprego de palavras ou expressões peculiares a determinadas regiões. O dicionário define o termo como característica daquilo que é particular e próprio de determinada região; qualidade do que expressa costumes, culinária, cultura e tradições regionais.
Diversidade cultural
A amplitude geográfica do Brasil criou ao longo da história uma grande diversidade de identidades regionais, tornando, assim, a língua brasileira rica, variada e com diferentes vocais.
Embora nos últimos anos a diversidade cultural tenha ganhado espaço, nem sempre foi assim. Tempos atrás, principalmente em ambientes profissionais ninguém se acanhava ao pedir que os sotaques e regionalismos fossem evitados. Exemplo disso é o próprio jornalismo.
Os telejornais de cadeia nacional não aceitavam as características linguísticas dos repórteres, exigindo uma pronúncia homogênea em busca do português sem sotaques.
É o caso, por exemplo, da Rede Globo, que em 1985 produziu o “Manual de Telejornalismo”. No capítulo “Alguns conselhos para a pronúncia brasileira das palavras”, o documento trazia dicas de pronúncia aos repórteres, como forma de suprimir sotaques.
Felizmente os tempos são outros. Além do orgulho da própria cultura, alguns buscam se aprofundar em outras tribos e até mesmo adotar novos costumes.
Nascido em Pernambuco, o humorista Paulo Araújo vive em Divinópolis, no interior de Minas Gerais há mais de 10 anos e comenta sobre as diferenças de cultura entre as duas regiões por meio do seu canal no Youtube Tomate Cru. O stand up conta as descobertas e adaptações do pernambucano na cultura mineira e provoca gargalhadas do público em qualquer canto do Brasil.
Os brasileiros também identificam, quase que instantaneamente, os sotaques carioca, gaúcho e dos nordestinos em geral, além dos dialetos cuiabanos, que têm peculiaridades marcantes.
A Capital do país, Brasília, ainda é bem jovem, 62 anos, mas já possui fenômenos linguísticos, gírias bem característicos. há quem identifique um véi aqui, um busão alí. Boto fé, cabuloso. BSB também é reconhecida pelo rock de Legião Urbana por receber abrigar todas as culturas brasileiras de braços abertos. Muitos consideram Brasília uma verdadeira mãe, por sua característica anfitriã desde a construção.