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segunda-feira, julho 1, 2024
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    Secretaria de Saúde alerta para os riscos do diabetes

    O diabetes Mellitus é uma condição crônica causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue (glicemia) e garante energia para o organismo. O diabetes pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, o diabetes pode levar à morte.

    Em 26 de junho, é celebrado o Dia Nacional do Diabetes Mellitus, data instituída pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para a conscientização e prevenção da doença, que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, afeta mais de 13 milhões de pessoas no país, o que representa 6,9% da população nacional.

    Em Minas Gerais, 1.700 pessoas já morreram pela doença em 2024. Nos anos anteriores, foram 7.239 óbitos em 2021, 7.070 óbitos em 2022 e 6.467 óbitos em 2023. Além desses números, foram 16.071 internações pela doença em 2021, 17.606, em 2022, e 17.596, em 2023. Em 2024, até o momento foram contabilizadas 5.545 internações.

    Médica Izabela Guimarães / Crédito: Rafael Mendes

    A médica Izabela Guimarães, que atende na Unidade Básica de Saúde (UBS) Delson Costa, em Santa Luzia, explica que o diabetes já é uma das doenças com maior número de casos no mundo. “A população, de uma forma geral, está envelhecendo, e as doenças crônicas, como o diabetes, estão com elevada prevalência”, informa.

    De acordo com ela, a melhor forma de prevenir o diabetes é praticando atividades físicas regularmente, mantendo uma alimentação saudável e evitando consumo de álcool, tabaco e outras drogas.

    A doença

    O diabetes pode se apresentar de diversas formas e possui vários tipos, sendo os mais frequentes o diabetes gestacional, o pré-diabetes e o diabetes tipo 1 e tipo 2.

    Os principais sintomas são: fome e sede excessiva, vontade de urinar várias vezes ao dia. Outros sintomas que podem aparecer são perda de peso, fraqueza excessiva, mudanças de humor, visão embaçada e demora na cicatrização de feridas. Com o surgimento de qualquer sintoma, é fundamental que a pessoa procure imediatamente o atendimento médico para dar início ao tratamento.

    O diabetes gestacional ocorre temporariamente durante a gravidez. Nesses casos, as taxas de açúcar no sangue ficam acima do normal, mas ainda abaixo do valor para ser classificado como diabetes tipo 2. Assim, é de fundamental importância que toda gestante faça o exame de diabetes, regularmente, durante o pré-natal. Mulheres com a doença têm maior risco de complicações durante a gravidez e o parto. A condição afeta entre 2% e 4% de todas as gestantes e implica risco aumentado do desenvolvimento posterior de diabetes para a mãe e o bebê.

    O pré-diabetes ocorre quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas ainda não estão elevados o suficiente para caracterizar o diabetes tipo 1 ou tipo 2. É um sinal de alerta do corpo, que normalmente aparece em obesos, hipertensos e/ou pessoas com alterações nos lipídios.

    Esse alerta do corpo é importante por ser a única etapa do diabetes que ainda pode ser revertida, prevenindo a evolução da doença e o aparecimento de complicações, incluindo o infarto. No entanto, 50% das pessoas que têm o diagnóstico de pré-diabetes, mesmo com as devidas orientações médicas, desenvolvem o diabetes. A mudança de hábito alimentar e a prática de exercícios são os principais fatores de sucesso para o controle.

    O diabetes tipo 1 aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. Sua causa ainda é desconhecida e a melhor forma de preveni-la é com práticas saudáveis (alimentação, atividades físicas e abstenção de álcool, tabaco e outras drogas). Esse tipo concentra entre 5% e 10% do total de pessoas com diabetes no Brasil.

    Já o tipo mais prevalente é o diabetes tipo 2, que atinge cerca de 90% das pessoas diagnosticadas com a doença. Ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida e está diretamente relacionada ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados.

    Atenção integral

    O diagnóstico para diabetes é feito em todas as Unidades Básicas de Saúde do estado, por meio de exames e do levantamento do histórico de saúde e fatores de risco do paciente, que já inicia o tratamento e acompanhamento pela equipe da UBS ou, dependendo da situação observada, é encaminhado para a atenção especializada.

    Para monitoramento do índice glicêmico, também estão disponíveis reagentes e seringas nas UBS.

    “É importante frisar que o primeiro lugar que o paciente deve ir é na Unidade Básica de Saúde. Ela é a porta de entrada para os serviços do SUS. Isso garante o fortalecimento da conexão do paciente com o serviço no território em que vive e o acompanhamento qualificado, em tempo oportuno e de forma contínua, por meio das equipes da Saúde da Família”, explica a subsecretária de Redes de Atenção à Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Camila Moreira de Castro.

    “Além da atuação na atenção primária, temos 28 Centros Estaduais de Atenção Especializada (CEAE), com equipes multiprofissionais, além dos pontos de atenção na média complexidade”, acrescenta a subsecretária.

    “Nesse sentido, o que a SES-MG tem feito passa por uma melhoria nos processos de trabalho, diálogo, qualificação e integração da atenção primária com a atenção especializada no que chamamos de Saúde em Rede, projeto iniciado em 2019, que estamos implantando em todo o estado”, informa Camila Castro.

    A aposentada Anunciata Ferraz, de 66 anos, é paciente da médica Izabela Guimarães na UBS Delson Costa. Diagnosticada com a doença em 2012, ela recebe o tratamento, desde então, com insulina e outros medicamentos, e faz o acompanhamento periódico na unidade.

    “As enfermeiras daqui me ensinaram até como aplicar a insulina e hoje eu mesma faço a aplicação. Mas, antes do tratamento, eu bebia, fumava, tinha uma vida muito desregrada. Quando foi descoberto o diabetes, eu comecei a obedecer à minha médica. Parei de fumar e de beber, faço caminhada e hoje a minha alimentação é acompanhada por nutricionista. Estu muito melhor e mais forte, graças ao tratamento recebido aqui”, completa a aposentada.

    Izabela Guimarães explica que o tratamento para o diabetes é individualizado e depende da condição de saúde de cada paciente. “Mas cabe ressaltar que o tratamento medicamentoso, por mais moderno que seja, não prescinde do principal pilar no combate ao diabetes, que é a mudança de estilo de vida”, salienta.

    Nesse sentido, a subsecretária Camila Castro, destaca que a SES-MG realiza um conjunto de ações que visam promover o bem estar e a saúde da população, prevenindo doenças como o diabetes.

    “Dentre as diversas iniciativas, a SES-MG repassou, em 2023, por volta de R$ 42 milhões para incentivar a instalação e o fortalecimento das Academias da Saúde no estado, uma importante estratégia para a promoção da saúde e qualidade de vida”, cita a subsecretária.

    Medicamentos

    Para o controle do diabetes, são dispensados os seguintes medicamentos, por meio do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf), de aquisição federal ou estadual e distribuição pela SES-MG: insulina análoga de ação prolongada (Glargina) 100 UI/ml (FR) solução injetável, a insulina análoga de ação prolongada (Glargina) 100 UI/ml (RF) solução injetável, a insulina análoga de ação rápida (sistema de aplicação descartável) 100 UI/ml solução injetável, a insulina análoga de ação rápida (tubetes com sistema de aplicação reutilizável) 100 UI/ml solução injetável e a Dapaglifozina 10 mg Comprimido.

    Informações sobre como obter esses medicamentos estão disponíveis neste link.

    São ainda adquiridos e fornecidos pelos municípios, por meio do Componente Básico da Assistência Farmacêutica (CBAF), que possui financiamento tripartite (federal, estadual e municipal): Glibenclamida Comprimido 5mg, Gliclazida Comprimido de liberação prolongada 30mg, Gliclazida Comprimido de liberação prolongada 60mg, Gliclazida Comprimido 80mg, insulina humana NPH Suspensão injetável 100UI/mL, insulina humana regular solução injetável 100UI/mL, Cloridrato de metformina Comprimido 500mg e Cloridrato de metformina Comprimido 850mg.

    O programa Aqui Tem Farmácia Popular, parceria do Ministério da Saúde com mais de 34 mil farmácias privadas em todo o país, também distribui medicamentos gratuitos, entre eles o cloridrato de metformina, glibenclamida e insulinas.



    Sobre Ana Paula Oliveira
    Jornalista formada em Brasília tendo a Capital Federal como principal cenário de atuação nos segmentos de revista, internet, jornalismo impresso e assessoria de imprensa. Infraero, Engenho Comunicação, Portal Fato Online e Câmara em Pauta, Revista BNC, Assessoria de Comunicação do Sesc-DF, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rádio Nacional da Amazônia e Jornal GuaráHOJE/Cidades são algumas das empresas nas quais teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos renomados nomes do jornalismo no Brasil, e não perdeu nenhuma chance de aprender com esses profissionais. Na televisão, atuou na TV local de Patos de Minas em 2017, além de experiências acadêmicas.
    Ana Paula Oliveira nasceu em Bonfinópolis de Minas e foi morar em Brasília aos 14 anos e retorna à cidade natal em 2018. Durante os 20 anos em que passou na capital, a bonfinopolitana não desperdiçou as chances de crescer como pessoa e também como profissional, com garra e determinação. Além disso, conquistou algo não menos fundamental na sua caminhada: amigos. Isso mesmo. Para a jornalista não ter verdadeiros amigos significa ter uma vida vazia. E, com certeza, esse é um dos seus objetivos, fazer novos amigos nessa nova jornada da vida..

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