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segunda-feira, setembro 16, 2024
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    Minas Gerais possui 32,6 mil agroindústrias familiares

    A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) concluiu um novo levantamento sobre as agroindústrias familiares do estado. Foram identificadas 32.615 unidades de processamento, em 737 municípios mineiros.

    O relatório mostra que a produção das agroindústrias familiares foi superior a 148 mil toneladas. O estudo também mostrou que, do total de agroindústrias familiares em Minas, 98,1% são individuais, ou seja, pertencem a uma única família. Os dados são referentes a 2023.

    O levantamento da Emater-MG faz parte do Safra Agroindústria. É um sistema eletrônico criado pela empresa, para uso interno, no qual os dados da produção de alimentos são apurados e inseridos, anualmente, pelos técnicos que trabalham nos municípios mineiros.

    Segundo a assessora técnica da Emater-MG e coordenadora do levantamento, Laura Peres de Castro Penna, o Safra Agroindústria é uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do estado.

    “Não apenas oferece uma visão detalhada e atualizada do setor, mas também facilita a implementação de políticas públicas mais eficazes e direcionadas, apoiando o crescimento e a sustentabilidade das agroindústrias familiares e de pequeno porte”, explica.

    Um exemplo entre as milhares de agroindústrias familiares mineiras vem do município de Queluzito, onde uma produtora está fazendo sucesso com a fabricação de iogurte.

    Formada em enfermagem, Ligiane Copati de Almeida deixou a profissão e montou um laticínio com o marido em uma propriedade arrendada, onde existe também uma criação de gado leiteiro.

    Semanalmente, eles processam cerca de 400 litros de leite para a produção de 19 diferentes sabores de iogurte artesanal. Muitas das frutas usadas na fabricação também são provenientes da propriedade.

    “Todo o processo é artesanal. Produzimos desde a geleia da fruta, para saborizar o iogurte. O envase ainda é feito de forma manual. Já a venda é feita em alguns empórios parceiros nos municípios de Belo Horizonte, Conselheiro Lafaiete, Igarapé, Lavras e Ouro Preto. É um nicho que tem crescido bastante”, declara.

    O laticínio possui habilitação sanitária, que foi fundamental para a expansão das vendas. A produtora tem planos de investir em uma câmara fria e uma envasadora.

    “A legalização da fábrica está muito ligada ao papel da Emater. A técnica da empresa foi uma das pessoas que mais incentivou para que a gente se profissionalizasse. Ela acompanhou tudo, desde o projeto embrionário”, afirma Ligiane de Almeida.

    Destaques

    Emater-MG / Divulgação

    O levantamento sobre agroindústrias familiares é composto por 12 categorias: carnes, frutas, cana-de-açúcar, mandioca, milho, mel, quitanda, hortaliças e condimentos, leite, queijos artesanais, café e ovos.

    São consideradas agroindústrias as unidades de processamento de alimentos que realizam qualquer tipo de ação (produza, beneficie, prepare, transforme, manipule, fracione, receba, embale, reembale, acondicione, conserve, armazene) para a comercialização regular.

    As exceções são as agroindústrias de carne, pescado e derivados. As espécies animais devem ser abatidas em abatedouros/frigoríficos específicos para serem consideradas como agroindústrias.

    Os produtos derivados do leite são destaque nas agroindústrias familiares de Minas Gerais.

    São 11.332 unidades, sendo 7.776 empreendimentos específicos de queijos artesanais: Queijo Minas Artesanal, Requeijão Moreno, Queijo Cabacinha, os queijos artesanais de Alagoa, Mantiqueira de Minas, Serra Geral, Vale do Suaçuí, além daqueles queijos artesanais ainda não caracterizados.

    Também compõem este grupo os produtos como iogurte, manteiga, doce de leite e os demais tipos de queijo. O relatório abrange dados das agroindústrias de leite de vaca, cabra, ovelha e búfala.

    Em seguida, aparecem as agroindústrias de mandioca, com 5.647 unidades. Elas são responsáveis pela produção de beiju, farinha, polvilho azedo e polvilho doce.

    Em terceiro lugar em número de unidades no estado, está a agroindústria familiar de cana-de-açúcar. São 3.696 estabelecimentos, responsáveis pela produção de cachaça, rapadura, açúcar mascavo, melado e rapadurinha.

    Os outros grupos de agroindústria em ordem de unidades no estado são: quitandas (2.568); ovos (2.320), mel (2.144); hortaliças e condimentos (1.650); frutas (1.449); café (763); milho (603) e carne (443).

    Qualificação

    A coordenadora do levantamento, Laura Peres, destaca o trabalho que a empresa desenvolve para a profissionalização dos agricultores familiares nos pequenos empreendimentos.

    “A Emater-MG promove assistências técnicas contínuas em diversos aspectos ligados às boas práticas agropecuárias e de fabricação, tecnologia de alimentos, gestão, embalagens e rotulagens, entre outros. Além disso, auxilia em todo processo de habilitação sanitária junto aos órgãos competentes”, afirma.

    O agricultor familiar Marcos Vinícius Lazzarin Pereira tem na produção de mandioca a matéria-prima de uma pequena agroindústria, no município de Coromandel, no Alto Paranaíba.

    Após estudar e trabalhar em outra região, ele voltou para a propriedade da família, onde a tradição sempre foi a pecuária leiteira. A criação de uma agroindústria de mandioca congelada foi uma maneira encontrada para ter uma alternativa de renda e diversificar a produção. São processados 700 quilos de mandioca por semana.

    “A gente que planta, processa e distribui. Começamos na varanda de casa. Como a demanda foi alta, a gente necessitou de um espaço adequado para trabalhar. Procuramos a Emater-MG e a Vigilância Sanitária, fizemos o projeto de um espaço físico e construímos. Foi aí que a gente deu o pontapé inicial na agroindústria”, explica o produtor.

    Regiões

    O relatório também apresenta mapas com as maiores concentrações de agroindústrias por região. A região de Salinas, no Norte de Minas, por exemplo, apresenta um relevante número de unidades de produção de derivados da cana-de-açúcar, com destaque para a produção de cachaça.

    Já as agroindústrias familiares de processamento de leite e derivados (leite de vaca) estão bem distribuídas em todo o estado. Mas nas regiões de Guaxupé, Ipatinga e São João del-Rei, há uma concentração mais relevante, com municípios que apresentam número igual ou superior a 70 agroindústrias.

    No Sudoeste de Minas, nas áreas de abrangência dos municípios de Alfenas e Guaxupé, estão as maiores concentrações de agroindústrias de café, que trabalham com a torra e moagem de grãos, e com os cafés em cápsula.

    Vendas on-line

    No final de 2023, a Emater-MG lançou uma plataforma de vendas on-line, com uma ampla variedade de produtos do meio rural.

    O site ÉdoCampo reúne a produção de 76 agricultores mineiros.

    São aproximadamente 470 itens para escolha, entregues no endereço escolhido pelo comprador.

    O ÉdoCampo faz parte do Programa de Apoio à Comercialização Eletrônica de Produtos e Serviços da Agricultura Familiar desenvolvido pela empresa, com o objetivo de ampliar as vendas da agricultura familiar, graças às tecnologias do comércio on-line.



    Sobre Ana Paula Oliveira
    Jornalista formada em Brasília tendo a Capital Federal como principal cenário de atuação nos segmentos de revista, internet, jornalismo impresso e assessoria de imprensa. Infraero, Engenho Comunicação, Portal Fato Online e Câmara em Pauta, Revista BNC, Assessoria de Comunicação do Sesc-DF, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rádio Nacional da Amazônia e Jornal GuaráHOJE/Cidades são algumas das empresas nas quais teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos renomados nomes do jornalismo no Brasil, e não perdeu nenhuma chance de aprender com esses profissionais. Na televisão, atuou na TV local de Patos de Minas em 2017, além de experiências acadêmicas.
    Ana Paula Oliveira nasceu em Bonfinópolis de Minas e foi morar em Brasília aos 14 anos e retorna à cidade natal em 2018. Durante os 20 anos em que passou na capital, a bonfinopolitana não desperdiçou as chances de crescer como pessoa e também como profissional, com garra e determinação. Além disso, conquistou algo não menos fundamental na sua caminhada: amigos. Isso mesmo. Para a jornalista não ter verdadeiros amigos significa ter uma vida vazia. E, com certeza, esse é um dos seus objetivos, fazer novos amigos nessa nova jornada da vida..

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