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quinta-feira, novembro 21, 2024
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    Chacina em família: entenda detalhes do crime que chocou o DF e o Brasil

    Por Matheus Garzon

    Com contornos cada vez mais sombrios, o caso do desaparecimento de oito pessoas de uma mesma família do Itapoã ganhou novos detalhes nessa terça-feira (17/1). A divulgação, por parte da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), do depoimento de um dos presos jogou luz a diversas questões até então sem explicação.

    A cabeleireira Elizamar da Silva, 39 anos, foi a primeira a desaparecer, na semana passada, com os três filhos pequenos. Dois dias depois de o sumiço ter sido comunicado, a polícia encontrou dois carros em nome de duas pessoas da família. Os veículos estavam carbonizados e, ao todo, tinham seis corpos dentro.

    Após investigações, a polícia apura se a morte teria sido encomendada pelo marido de Elizamar, Thiago Gabriel Belchior, 30, e pelo sogro dela, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54. Os dois estão desaparecidos desde a descoberta do caso, que teria ocorrido para subtração de R$ 500 mil de duas das pessoas desaparecidas.

    Os policiais suspeitam de que Thiago Gabriel e Marcos Antônio queriam matar Elizamar e os filhos dela, além de Renata Juliene Belchior, 52, e Gabriela Belchior de Oliveira, 25 — sogra e cunhada da cabeleireira, respectivamente. As três mulheres e as crianças chegaram a ser mantidas em cativeiro. Até o momento, a PCDF prendeu três suspeitos de envolvimento com o crime.

    Para ajudar no entendimento do caso, o Metrópoles criou uma linha do tempo, que se inicia na quinta-feira (12/1), quando a cabeleireira Elizamar da Silva, 39 anos, sumiu acompanhada dos três filhos, até as prisões dos executores, nessa terça-feira (17/1).

    Quinta-feira (12/1)

    Na noite de quinta-feira (12/1), Elizamar deixou o salão do qual era dona, na 307 Norte, com os filhos e uma funcionária.

    A colaborador pegou carona até uma parada de ônibus e, por volta das 22h, informou à patroa que havia desembarcado do transporte público. Nesse momento, a cabeleireira respondeu que chegava ao condomínio da sogra, no Itapoã.

    Quarenta minutos depois, a funcionária voltou a se comunicar com a empresária, mas não obteve mais resposta.

    O filho mais velho de Elizamar confirmou à polícia que a mãe passou pelo condomínio da sogra para buscar o marido e acrescentou que Thiago Gabriel se desentendeu com a companheira. Depois disso, não se teve mais notícias da mulher e dos três filhos.

    Um dos executores do bárbaro crime, identificado como Horácio Carlos Ferreira Barbosa, 49, disse à PCDF, no entanto, que o plano inicial era sequestrar a mulher. Porém, quando Elizamar chegou à casa da sogra, eles mudaram de ideia ao perceberem que ela estava com os filhos pequenos. Neste momento, os quatro foram amordaçados e levados do local. Thiago, então, teria tentado acalmar as crianças, mas, em determinado momento, a situação saiu de controle e ele acabou asfixiando os meninos e a menina.

    Sexta-feira (13/1)

    Na sexta, a polícia encontrou um carro carbonizado, semelhante ao da cabeleireira, com quatro corpos dentro.

    Foi nesse mesmo dia que Thiago, a irmã e os pais teriam sumido. Pelo menos foi isso o que o próprio Thiago fez parecer, ao dizer no grupo da família no WhatsApp que eles foram a uma vaquejada na noite do desaparecimento.

    A última comunicação foi um áudio enviado por volta das 21h30, no qual Renata disse estar na vaquejada com a família e que voltaria no dia seguinte, sábado (14/1). Pouco depois, no entanto, os familiares teriam parado de atender o telefone.

    Horácio disse em depoimento, entretanto, que Renata e a filha teriam sido mantidas pelos autores do crime em cativeiro, na região do Vale do Amanhecer, em Planaltina. Marcos teria, inclusive, roubado o celular delas e respondido mensagens de texto a fim de se passar pelas mulheres. Vendadas, ambas eram ameaçadas constantemente, inclusive com violência psicológica.

    Segunda-feira (16/1)

    Na madrugada de segunda-feira (16/1), na BR-251, a polícia encontrou outro veículo carbonizado, com duas pessoas dentro. O automóvel está no nome do pai de Thiago Gabriel, Marcos Antônio.

    De acordo com Horácio, os dois cadáveres seriam de Renata – mãe de Thiago – e Gabriela Belchior, irmã dele.

    Terça-feira (17/1)

    Três autores do crime são presos. Além de Horácio, Gideon Batista de Menezes, 55, foi apontado como um dos executores. No fim da noite, um terceiro envolvido, identificado como Fabricio Silva Canhedo, 34, acabou preso pela PCDF. Os envolvidos receberiam R$ 100 mil pelas mortes encomendadas – um montante de cerca de R$ 15 mil já estava em posse deles. O dinheiro foi apreendido pelos investigadores.

    Segundo relatado por Horácio, o crime teria motivação patrimonial, e o dinheiro em questão seria da venda de um terreno da esposa de Marcos, Renata Juliene Belchior, 52, no valor de R$ 400 mil. Outros R$ 100 mil eram de Elizamar.

    Thiago teria fugido com o pai, Marcos, que ainda estava na companhia da amante, identificada como Cláudia, e a filha dela, de nome Ana Beatriz. Thiago já tinha um mandado de prisão em aberto, por receptação, e é considerado foragido da Justiça pelo crime. Marcos é procurado para prestar esclarecimentos sobre os seis corpos encontrados, que seriam de Elizamar, dos três filhos dela, e de Renata e Gabriela.

     



    Sobre Ana Paula Oliveira
    Jornalista formada em Brasília tendo a Capital Federal como principal cenário de atuação nos segmentos de revista, internet, jornalismo impresso e assessoria de imprensa. Infraero, Engenho Comunicação, Portal Fato Online e Câmara em Pauta, Revista BNC, Assessoria de Comunicação do Sesc-DF, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rádio Nacional da Amazônia e Jornal GuaráHOJE/Cidades são algumas das empresas nas quais teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos renomados nomes do jornalismo no Brasil, e não perdeu nenhuma chance de aprender com esses profissionais. Na televisão, atuou na TV local de Patos de Minas em 2017, além de experiências acadêmicas.
    Ana Paula Oliveira nasceu em Bonfinópolis de Minas e foi morar em Brasília aos 14 anos e retorna à cidade natal em 2018. Durante os 20 anos em que passou na capital, a bonfinopolitana não desperdiçou as chances de crescer como pessoa e também como profissional, com garra e determinação. Além disso, conquistou algo não menos fundamental na sua caminhada: amigos. Isso mesmo. Para a jornalista não ter verdadeiros amigos significa ter uma vida vazia. E, com certeza, esse é um dos seus objetivos, fazer novos amigos nessa nova jornada da vida..

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