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terça-feira, julho 2, 2024
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    DF: projeto constrói banheiros para famílias da Estrutural

    Banheiro
    Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

    A moradora da Estrutural Glice Rodrigues de Sousa, 47, é a próxima a ser contemplada pelo projeto Nenhuma Casa sem Banheiro. A catadora de materiais recicláveis viu na iniciativa a oportunidade de dar mais dignidade para a filha portadora de necessidades especiais, que em breve ganhará um espaço maior e com acessibilidade para a higiene da família.

    “Ganho pouco, não tenho condições de construir um banheiro novo e com espaço adequado”, conta. “Ela [a filha] não enxerga, não anda, e o nosso banheiro é pequeno, só cabem ela e a cadeira, e eu fico do lado de fora auxiliando no banho. Agora será diferente, e estou muito feliz.”

    Fruto de parceria da Companhia de Desenvolvimento Habitacional (Codhab) com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CAU-DF), o projeto entra em uma nova etapa, com a construção de mais cinco banheiros, dos 15 ainda previstos. Só nesta primeira etapa, o investimento foi de R$ 359.130, beneficiando 20 famílias em situação de vulnerabilidade na Estrutural.

    Francinete dos Santos: “O chuveiro quente é minha alegria” | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

    A autônoma Francinete Pereira dos Santos, 46, já usufrui do banheiro recém-entregue. “O chuveiro quente é minha alegria”, conta. “Antes tomava banho frio, molhava tudo, a parede era de madeirite. Senti uma alegria imensa quando vi o novo banheiro. Eu não teria condições de fazer. O nicho da parede é lindo, parece banheiro de rico. Estou muito feliz”.

    Projetos personalizados

    De acordo com o assessor técnico da Codhab Filipe Paiva, as construções procuram atender as necessidades das famílias. “Cada casa é uma, e os projetos são personalizados”, afirma.

    “Os arquitetos visitaram todas as residências para conhecer a realidade de cada morador. Há casas em que o banheiro é adaptado com acessibilidade e barras de proteção, e houve uma casa em que tivemos que construir dois banheiros, pois moravam 14 pessoas na residência”.

    O engenheiro, que acompanha todas as obras, ressalta que as construções ultrapassam os limites dos banheiros. “Geralmente entregamos o cômodo, mas o trabalho nunca fica restrito a ele; em muitos casos, as instalações acabam sendo feitas na casa toda”, detalhe. Na casa de Glice, o antigo banheiro vai virar um posto de ventilação, e uma janela será construída no quarto para melhorar a iluminação do cômodo. Já Francinete ganhou uma área de serviço coberta. As obras em cada casa têm duração de 30 a 60 dias.

    Para o administrador regional do SCIA e Estrutural, Alceu Prestes de Mattos, a escolha da cidade para o projeto-piloto é acertada. “O banheiro é uma necessidade básica de qualquer ser humano”, pondera. “Esse é um projeto maravilhoso para uma população tão carente como a nossa. Além disso, tem toda uma questão sanitária que envolve a cidade, o subsolo e os mananciais; por fim, os moradores estão felizes e gratos pela iniciativa”.

    Seleção das famílias

    “Um banheiro, que para muitos de nós é uma coisa simples e básica, para essas famílias é a realização de um sonho”

    Marilurdes de Lago, assistente social da Codhab

    No total, a iniciativa já contemplou 35 famílias em situação de vulnerabilidade social selecionadas pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras), vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes).

    “Visitamos todas as casas e verificamos que muitas das famílias não tinham sequer o cômodo, faziam suas necessidades fisiológicas em baldes e sacolas plásticas”, conta a assistente social Marilurdes de Lago, da Codhab. “Então, um banheiro, que para muitos de nós é uma coisa simples e básica, para essas famílias, que não possuíam um vaso sanitário adequado, um chuveiro quente, é a realização de um sonho”.

    Marilurdes lembra que os grupos familiares selecionados não possuem renda fixa e atendem os critérios previstos na Lei 11.888/2008, que assegura o direito das famílias de baixa renda à assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social, como parte integrante do direito social à moradia.

    Nenhuma Casa sem Banheiro

    Criado em 2020 pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU-RS) para enfrentar a pandemia da covid-19, o projeto Nenhuma Casa sem Banheiro logo se estendeu para o Distrito Federal, por meio de parceria com a Codhab.

    A iniciativa prevê melhorias sanitárias em domicílios em áreas de vulnerabilidade social, por meio de programas e ações que possibilitem a execução de atividades ligadas à Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (Athis) no DF.

    Além de viabilizar recursos para a execução das obras, a Codhab cede equipe social e técnica para orientar os profissionais do CAU-DF, que, por sua vez, disponibilizam, com recursos próprios, profissionais de arquitetura e urbanismo para desenvolvimento do projeto arquitetônico de construção/reforma ou adaptação de unidades sanitárias. O custo do projeto foi financiado pelo CAU-DF.



    Sobre Ana Paula Oliveira
    Jornalista formada em Brasília tendo a Capital Federal como principal cenário de atuação nos segmentos de revista, internet, jornalismo impresso e assessoria de imprensa. Infraero, Engenho Comunicação, Portal Fato Online e Câmara em Pauta, Revista BNC, Assessoria de Comunicação do Sesc-DF, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rádio Nacional da Amazônia e Jornal GuaráHOJE/Cidades são algumas das empresas nas quais teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos renomados nomes do jornalismo no Brasil, e não perdeu nenhuma chance de aprender com esses profissionais. Na televisão, atuou na TV local de Patos de Minas em 2017, além de experiências acadêmicas.
    Ana Paula Oliveira nasceu em Bonfinópolis de Minas e foi morar em Brasília aos 14 anos e retorna à cidade natal em 2018. Durante os 20 anos em que passou na capital, a bonfinopolitana não desperdiçou as chances de crescer como pessoa e também como profissional, com garra e determinação. Além disso, conquistou algo não menos fundamental na sua caminhada: amigos. Isso mesmo. Para a jornalista não ter verdadeiros amigos significa ter uma vida vazia. E, com certeza, esse é um dos seus objetivos, fazer novos amigos nessa nova jornada da vida..

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