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quinta-feira, setembro 19, 2024
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    Coqueluche acende alerta para a importância de manter o cartão de vacina atualizado

    Por Jurana Lopes

    A coqueluche é uma doença que há muitos anos não se ouvia falar, mas que tem registrado novos casos no Distrito Federal e acende um alerta para a importância de manter a caderneta de vacinação sempre em dia e atualizada. Segundo dados da Secretaria de Saúde, em apenas um mês, o DF subiu de oito para 44 casos confirmados da doença. O número ainda pode ser maior, já que 19 continuam em investigação.

    Segundo a chefe de Núcleo da Vigilância Epidemiológica do Hospital Regional de Santa Maria, Larysse Lima, cinco casos da doença foram notificados no primeiro semestre de 2024 no HRSM, desses, um deles foi positivo para a coqueluche. O alerta é que todas as notificações foram de casos em crianças menores de seis meses.

    “Para os profissionais de saúde, é de extrema importância a atualização da caderneta de vacina. Na nossa Sala de Vacina do HRSM temos a dTpa e todas as outras vacinas disponíveis”, destaca.

    A principal característica da coqueluche, causada pela bactéria (Bordetella Pertussis), são crises incontroláveis de tosse seca seguida pelo guincho inspiratório, que é som produzido pelo estreitamento da glote. A falta de vacinação é um dos principais fatores de risco para coqueluche em crianças e adultos. Embora tenha tratamento, a infecção pode levar à morte, especialmente bebês menores de seis meses quando não tratados direito e ainda com o esquema vacinal incompleto.

    Segundo o infectologista pediátrico do HRSM, Pedro Ribeiro Bianchini, a coqueluche é uma doença bacteriana respiratória facilmente transmissível e tem três fases diferentes, sendo a primeira a catarral, com sintomas leves que podem ser confundidos com uma gripe. O paciente apresenta coriza, febre, mal-estar e tosse seca e, em seguida, há acessos de tosse seca contínua.

    Na segunda fase (paroxística), os acessos de tosse são mais frequentes e finalizados por inspiração forçada e prolongada (guincho inspiratório), geralmente esses episódios são seguidos de vômitos, dificuldade de respirar e extremidades arroxeadas.
    Na convalescença, os acessos de tosse desaparecem e dão lugar à tosse comum. Bebês menores de seis meses são os mais propensos a apresentar formas graves da doença, que podem causar desidratação, pneumonia, convulsões, lesão cerebral e levar à morte.

    “O período de incubação pode variar entre 5 e 10 dias, podendo chegar até 20, 30 ou 40 dias depois do contato. Por essa grande possibilidade de contato, é uma doença que traz grandes riscos às crianças, principalmente às menores de seis meses, necessitando de internação, às vezes até na UTI. É uma doença que traz muita preocupação devido ao aumento de casos registrados em outros países e aqui no Brasil”, explica Bianchini.

    De fácil propagação, a coqueluche é transmitida, principalmente, durante a fase catarral e em lugares com aglomeração de pessoas. Para se infectar é necessário contato direto com uma pessoa doente, por gotículas de saliva expelidas por tosse, espirro ou fala. Há também a possibilidade de transmissão por objetos contaminados.

    Para doenças respiratórias, em geral, o médico indica o uso de máscaras, isolamento, lavagem de mãos, com foco na prevenção de diversas doenças como a coqueluche, Covid-19, bronquiolites, gripes e resfriados em geral.

    Prevenção e tratamento

    “A principal medida de prevenção contra a coqueluche é a vacinação, tanto das gestantes, que protege o bebê até sua primeira dose da vacina, com dois meses de vida. Além da prevenção dos profissionais de saúde, pois estamos susceptíveis e podemos ser transmissores”, destaca o infectologista pediátrico.

    O esquema vacinal é feito com a vacina pentavalente, que previne contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria Haemophilus Influenzae tipo b, e um segundo reforço aos 4 anos com a tríplice bacteriana (DTP).

    A partir daí, deve-se fazer um reforço a cada dez anos com a vacina dT (difteria e tétano), sendo que os profissionais de saúde fazem esse reforço com a vacina dTpa. Toda gestante deve tomar a vacina dTpa a cada gestação com o intuito de proteger o bebê da doença nos seus primeiros 2 meses de vida.

    O tratamento da coqueluche é baseado no uso de antibiótico, conforme a indicação do medicamento e esquema terapêutico preconizados no Guia de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. É importante procurar uma unidade de saúde para receber o diagnóstico e tratamento adequados, assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas.

    O exame para detecção da bactéria é realizado por exame laboratorial por meio do isolamento da bactéria de secreção nasofaríngea coletada do caso suspeito. O teste é disponibilizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF). A coleta do espécime clínico deve ser realizada antes da antibioticoterapia ou, no máximo, até três dias após seu início.

    Todo caso suspeito de coqueluche deve ser notificado, obrigatoriamente, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e informado diretamente à Gerência de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis e de Transmissão Hídrica e Alimentar (GEVITHA) e ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS).



    Sobre Ana Paula Oliveira
    Jornalista formada em Brasília tendo a Capital Federal como principal cenário de atuação nos segmentos de revista, internet, jornalismo impresso e assessoria de imprensa. Infraero, Engenho Comunicação, Portal Fato Online e Câmara em Pauta, Revista BNC, Assessoria de Comunicação do Sesc-DF, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rádio Nacional da Amazônia e Jornal GuaráHOJE/Cidades são algumas das empresas nas quais teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos renomados nomes do jornalismo no Brasil, e não perdeu nenhuma chance de aprender com esses profissionais. Na televisão, atuou na TV local de Patos de Minas em 2017, além de experiências acadêmicas.
    Ana Paula Oliveira nasceu em Bonfinópolis de Minas e foi morar em Brasília aos 14 anos e retorna à cidade natal em 2018. Durante os 20 anos em que passou na capital, a bonfinopolitana não desperdiçou as chances de crescer como pessoa e também como profissional, com garra e determinação. Além disso, conquistou algo não menos fundamental na sua caminhada: amigos. Isso mesmo. Para a jornalista não ter verdadeiros amigos significa ter uma vida vazia. E, com certeza, esse é um dos seus objetivos, fazer novos amigos nessa nova jornada da vida..

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