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quinta-feira, setembro 19, 2024
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    Nova sala de monitoramento em tempo real vai ampliar serviços de proteção a mulheres

    Por Catarina Loiola

    A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP) inaugurou, nesta quarta-feira (7), a nova sala de operações da Diretoria de Monitoramento de Pessoas Protegidas (DMPP), no Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob). Mais espaçoso que o anterior, o local permitiu a ampliação da equipe responsável pelo acompanhamento em tempo real das vítimas e agressores de violência doméstica. O número de servidores designados ao serviço quase triplicou, passando de 15 para 44 pessoas.

    O GDF tem trabalhado forte para fazer do Distrito Federal um exemplo no combate ao feminicídio, destacou o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, na inauguração da nova sala de operações da Diretoria de Monitoramento de Pessoas Protegidas (DMPP) | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

    A medida cumpre o eixo Mulher Mais Segura do programa DF Mais Seguro – Segurança Integral, lançado pelo Governo do Distrito Federal (GDF) em novembro do ano passado.

    “Essa inauguração faz parte do aprimoramento do combate à violência doméstica, principalmente a cometida contra as mulheres. Contamos com a dedicação de profissionais competentes e eficientes que acreditam na causa, somado ao que a tecnologia nos oferece, para que tenhamos atendimentos rápidos sempre com o foco em salvar vidas”, salientou o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar.

    O titular da pasta lembrou ainda que a Lei Maria da Penha completou 18 anos de existência nesta quarta-feira. A norma foi batizada em referência à farmacêutica cearense que sobreviveu a duas tentativas de assassinato cometidas pelo então marido e estabelece que todo o caso de violência doméstica e intrafamiliar é crime.

    Nova sala de operações da Diretoria de Monitoramento de Pessoas Protegidas (DMPP), no Ciob, permitiu a ampliação da equipe responsável pelo acompanhamento em tempo real das vítimas e agressores de violência doméstica

    “É um dia importante para que as instituições públicas, a imprensa e a sociedade civil estejam imbuídas do mesmo espírito: incentivar a denúncia”, ressaltou Avelar. “Se você tem conhecimento de que uma mulher é vítima de violência, denuncie. Não se omita, não se acovarde perante o covarde que bate mulheres e que pode, ao longo do ciclo de violência, culminar no feminicídio. O GDF tem trabalhado forte para fazer do Distrito Federal um exemplo. O nosso objetivo é feminicídio zero, enquanto tiver um feminicídio não temos do que nos orgulhar.”

    A sala antiga contava com 3,94m x 5,84m e, agora, comporta a área administrativa da diretoria. Já o novo espaço tem 4,87 m x 7,47 m e conta com estações para os servidores, sendo cada uma equipada com dois monitores, além de televisões para a visualização da localização dos monitorados.

    A subsecretária de Operações Integradas, Cintia Queiroz de Castro, destacou a efetividade do dispositivo e a importância do serviço

    “Por ser uma sala menor, nós atuávamos com um efetivo menor, em três estações de trabalho. A partir do momento que passamos a ter dez estações, conseguimos ampliar a equipe e aumentar a capacidade de monitoramento, alcançando mais pessoas e protegendo mais vítimas”, esclarece a subsecretária de Operações Integradas, Cintia Queiroz de Castro. “O monitoramento existe há três e, até o momento, nenhuma das mulheres que são monitoradas foram vítimas de feminicídio, o que demonstra a efetividade do dispositivo e a importância em buscar o serviço.”

    Casos de violência doméstica podem ser denunciados por meio da Central de Atendimento à Mulher, pelo telefone 180, ou presencialmente em uma das duas unidades da Deam, localizadas no centro de Ceilândia e na Asa Sul, que funcionam 24h por dia

    As medidas de monitoração eletrônica são o Dispositivo de Proteção à Pessoa (DPP) e o Viva Flor. O DPP é utilizado mediante decisão judicial junto com medida protetiva após avaliação de riscos. A vítima recebe um aparelho com o aplicativo do programa e o agressor passa a utilizar uma tornozeleira eletrônica. Quando o homem viola a área de exclusão, que é o perímetro de distanciamento determinado pelo Judiciário, todos recebem um alerta: a vítima, o ex-companheiro e a Diretoria de Monitoramento de Pessoas Protegidas.

    Já o Viva Flor pode ser obtido pela vítima de violência doméstica por meio de decisão judicial e nas delegacias policiais. Semelhante a um celular, o programa mostra a localização do agressor, facilitando com que a vítima evite o contato com ele, e conta com um botão que pode ser ativado em situações de risco, imediatamente acionando a equipe policial mais próxima para o atendimento do caso.

    Segundo a SSP, 807 pessoas são acompanhadas atualmente, em tempo real, de forma simultânea, 24h por dia e sete dias por semana, por meio de tecnologia de georreferenciamento, com abrangência em todo o DF. Desde 2021, mais de 2 mil pessoas foram monitoradas e houve 67 prisões de agressores, sendo que 29 ocorreram neste ano.

    Denúncia

    Casos de violência doméstica podem ser denunciados por meio da Central de Atendimento à Mulher, pelo telefone 180, ou presencialmente em uma das duas unidades da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), localizadas no centro de Ceilândia e na Asa Sul, que funcionam 24h por dia.

    As delegacias circunscricionais também contam com seções de atendimento à mulher, além disso o sistema tem cinco unidades do Núcleo Integrado de Atendimento à Mulher (Nuiam) distribuídas na Deam I, Deam II, e nas 11ª (Núcleo Bandeirante), 29ª (Riacho Fundo) e 38ª (Vicente Pires) delegacias.

    A Polícia Civil do DF disponibiliza o registro de ocorrência por meio da Maria da Penha Online. Na plataforma, a comunicante pode enviar provas com fotos, vídeos e requerer acolhimento. Além disso, as comunicações podem ser feitas por meio dos seguintes canais: denuncia197@pcdf.df.gov.br; telefone 197, opção 0 (zero); e WhatsApp (61) 98626-1197. Já a Polícia Militar do Distrito Federal também está disponível para atendimento, pelo número 190.



    Sobre Ana Paula Oliveira
    Jornalista formada em Brasília tendo a Capital Federal como principal cenário de atuação nos segmentos de revista, internet, jornalismo impresso e assessoria de imprensa. Infraero, Engenho Comunicação, Portal Fato Online e Câmara em Pauta, Revista BNC, Assessoria de Comunicação do Sesc-DF, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rádio Nacional da Amazônia e Jornal GuaráHOJE/Cidades são algumas das empresas nas quais teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos renomados nomes do jornalismo no Brasil, e não perdeu nenhuma chance de aprender com esses profissionais. Na televisão, atuou na TV local de Patos de Minas em 2017, além de experiências acadêmicas.
    Ana Paula Oliveira nasceu em Bonfinópolis de Minas e foi morar em Brasília aos 14 anos e retorna à cidade natal em 2018. Durante os 20 anos em que passou na capital, a bonfinopolitana não desperdiçou as chances de crescer como pessoa e também como profissional, com garra e determinação. Além disso, conquistou algo não menos fundamental na sua caminhada: amigos. Isso mesmo. Para a jornalista não ter verdadeiros amigos significa ter uma vida vazia. E, com certeza, esse é um dos seus objetivos, fazer novos amigos nessa nova jornada da vida..

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