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    Inaugurado novo espaço de orientação a homens contra a violência doméstica

    Nesta terça-feira (24), foi inaugurado o Espaço Acolher, em Sobradinho. O novo local, que fica no Edifício Gran Via, atende vítimas e autores de violência doméstica encaminhados pelo Poder Judiciário ou que procuram o atendimento de forma espontânea.

    A vice-governadora Celina Leão e a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, estiveram presentes na inauguração | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

     

    A vice-governadora Celina Leão destacou o acolhimento à família promovido pelas ações e programas do Governo do Distrito Federal (GDF), além de ressaltar que a nova unidade é um legado deixado pela Secretaria da Mulher (SMDF).

    “Não significa que todo homem que vem aqui é violento, mas que eles podem ter sintomas de violência e isso precisa ser tratado com prevenção. Porque a sociedade é tão machista que normaliza situações de violência. Nós fomos o primeiro estado a ter bolsa para o órfão de feminicídio. Mas nós não queremos uma bolsa, não queremos é nenhuma criança sem mãe. Por isso o trabalho na prevenção”, reforçou.

    Celina concluiu com um convite de acolhimento à comunidade. “Para os homens que estão passando por esse problema com suas esposas, com o sentimento de ‘eu não consigo mudar’, ‘eu aprendi assim com meu pai’, ‘meu avô falava desse jeito’: procure acolhimento. Aqui temos profissionais maravilhosos que podem dar esse acolhimento para que as famílias e relações humanitárias sejam reconstruídas”.

    De acordo com a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, o Núcleo de Atendimento à Família e ao Autor de Violência Doméstica (Nafavd) traz, pela primeira vez, uma política pública voltada para os homens.

    “Identificamos que a gente precisa cada vez mais trazer o homem para a pauta da mulher, para ele entender quais são os tipos de violência. Antes o homem era encaminhado por meio da justiça, hoje eles podem vir de forma espontânea. Essa é a novidade nesse espaço, o homem pode procurar ajuda, sair desse ciclo de violência, entender que ele pode ter tratamento. Não é minimizar a violência, mas entender que a conscientização salva a mulher e inibe agressões. Depois da violência cometida, já é caso de polícia, e a gente não merece mais estar nas páginas policiais”, afirma a secretária.

    A psicóloga Mariana Balduíno de Mello, que atua no Nafavd de Sobradinho, sempre defendeu uma sede própria para o projeto Espaço Acolher

    O espaço funcionará em horário comercial de segunda a sexta-feira. Além dos atendimentos de forma espontânea, os encaminhamentos feitos pela justiça (antes atendidos no Ministério Público), serão feitos pelos 11 servidores presentes, que farão a triagem. A orientação é que os primeiros atendimentos sejam presenciais, para entender as formas de violência, mas alguns tratamentos se dão de forma online. Outra novidade é um local designado para os filhos das mulheres que chegam no espaço.

    A rede de proteção às mulheres conta com oito unidades de acompanhamento psicossocial dos envolvidos em situação de violência doméstica e familiar contra a mulher no DF. Os espaços Acolher existem desde 2003, quando foi aberta a primeira unidade do equipamento na sede do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), em Samambaia.

    Segundo dados da secretaria, de janeiro a setembro de 2023 foram realizados 6.676 atendimentos. Os oito locais espalhados pelo DF antes só recebiam mulheres e homens a partir de encaminhamentos judiciais e da Casa Abrigo, enquadrados na Lei Maria da Penha, envolvidos em situações de violência doméstica e familiar. Agora, qualquer um pode procurar ajuda.

    Atendimento acolhedor

    Segundo a psicóloga Mariana Balduíno de Mello, que atua no Nafavd de Sobradinho, sempre houve um esforço para ter uma sede própria.

    “Traz muito mais conforto para a população, o espaço aqui é muito maior, é um espaço todo nosso, a gente pode agir de forma mais independente. Antes a gente era inquilino de um lugar. Sempre fomos muito bem-tratados, mas não era o nosso espaço. Então agora a gente tem um pouco mais de independência e pode oferecer mais conforto para os nossos usuários e usuárias”, explica a profissional.

    Os usuários entram em uma fila de espera e, quando chega a vez deles, são acolhidos e começa o atendimento individual para criar um vínculo e conhecer a história. Em seguida são encaminhados para grupos reflexivos, onde se trabalha temas importantes para fortalecimento das mulheres e responsabilização dos homens. A equipe é composta por psicólogos, assistentes sociais e pedagogos. Essa interdisciplinaridade é fundamental para o trabalho de acompanhamento psicossocial.

    O aposentado Carlos Antônio Castro é usuário do serviço de atendimento e deu um depoimento sobre sua experiência. Nas palavras dele, o tratamento e a equipe são altamente qualificados.

    “O acolhimento foi no primeiro dia e persistiu durante todo o tempo, inclusive no atendimento online. Me senti compreendido, tolerado em todos os sentidos. E hoje em dia eu posso considerar que minha vida tem o antes e pós-tratamento psicossocial”, declara.



    Sobre Ana Paula Oliveira
    Jornalista formada em Brasília tendo a Capital Federal como principal cenário de atuação nos segmentos de revista, internet, jornalismo impresso e assessoria de imprensa. Infraero, Engenho Comunicação, Portal Fato Online e Câmara em Pauta, Revista BNC, Assessoria de Comunicação do Sesc-DF, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rádio Nacional da Amazônia e Jornal GuaráHOJE/Cidades são algumas das empresas nas quais teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos renomados nomes do jornalismo no Brasil, e não perdeu nenhuma chance de aprender com esses profissionais. Na televisão, atuou na TV local de Patos de Minas em 2017, além de experiências acadêmicas.
    Ana Paula Oliveira nasceu em Bonfinópolis de Minas e foi morar em Brasília aos 14 anos e retorna à cidade natal em 2018. Durante os 20 anos em que passou na capital, a bonfinopolitana não desperdiçou as chances de crescer como pessoa e também como profissional, com garra e determinação. Além disso, conquistou algo não menos fundamental na sua caminhada: amigos. Isso mesmo. Para a jornalista não ter verdadeiros amigos significa ter uma vida vazia. E, com certeza, esse é um dos seus objetivos, fazer novos amigos nessa nova jornada da vida..

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