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sábado, dezembro 7, 2024
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    Pesquisadores dão dicas de manejo correto da água para criação de peixes

    A produção de peixes pode ser realizada de diferentes maneiras, seja em viveiros escavados, tanques-rede, sistemas de recirculação de água, e até mesmo em sistemas integrados com cultivo de vegetais ou outros organismos aquáticos. Contudo, existe um ponto crucial para o sucesso da atividade que deve ser observado em qualquer cenário: a qualidade da água de cultivo.

    Isso por que, como explica o pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Thiago Freato, é da água que o peixe retira oxigênio e, inclusive, alguns nutrientes. Dessa forma, as características do meio são capazes de definir a qualidade da respiração, nutrição, excreção de compostos metabólicos, saúde e o bom desempenho produtivo dos peixes.

    Ainda de acordo com Thiago Freato, para garantir uma boa qualidade da água é necessário monitorar aspectos físicos e químicos. Entre os aspectos físicos estão temperatura, cor e turbidez. Já os aspectos químicos incluem pH, oxigênio dissolvido, dureza, alcalinidade, condutividade elétrica e concentração de compostos tóxicos, como amônia e nitrito.

    “O monitoramento rotineiro desses aspectos pode ser realizado por meio de equipamentos digitais; como oxímetros e peagâmetros; ou kits colorimétricos. A aquisição desses equipamentos ou kits varia de acordo com a capacidade de investimento do produtor e do porte da piscicultura. Mesmo entre equipamentos digitais existem alguns mais caros e outros mais acessíveis”, explica Thiago.

    Temperatura e oxigênio

    Segundo o pesquisador da Epamig, Giovanni de Oliveira, a temperatura ideal para o cultivo de peixes tropicais, como a tilápia, é entre 24 e 30ºC.

    “Temperaturas acima de 36ºC e abaixo de 12ºC podem ser letais para os peixes quando mantidos por períodos prolongados. Por isso, o monitoramento deve ser diário”, adverte.

    Além disso, o pesquisador explica que grandes oscilações de temperatura ao longo do dia são igualmente prejudiciais para os peixes, pois podem acarretar estresse, supressão do sistema imunológico e aparecimento de doenças infecciosas, como fungos e bactérias.

    Já com relação à concentração de oxigênio dissolvido na água, taxas acima de quatro miligramas por litro são indicadas para ótimos desempenhos produtivos. Também é importante observar a cor e a transparência da água, uma vez que quanto mais esverdeada mais há presença de algas e fitoplâncton.

    “A proliferação excessiva de algas pode causar quedas nos níveis de oxigênio dissolvido no período noturno, já que esses grupos vegetais também respiram na ausência de luz solar. Para viveiros escavados, a transparência ideal está entre 30 e 50 centímetros e pode ser medida por um instrumento simples chamado disco de Secchi”, ensina Giovanni.

    Amônia tóxica

    Outro parâmetro que deve ser monitorado na piscicultura pelo menos uma vez por semana é a amônia tóxica (NH3+), produto da excreção nitrogenada dos peixes.

    A elevada concentração de amônia pode causar mortalidades em um curto período de exposição. As taxas de toxidez são maiores em meios com pH mais alcalino, acima de 8.0, associado à alta temperatura.

    “Nesse sentido, é preponderante calcular a biomassa total, ou seja, os quilos de peixe por área que um sistema é capaz de produzir sem efeitos negativos diretos sobre o crescimento individual e o bem estar geral dos animais. Adicionalmente, um manejo alimentar eficiente também evita a lixiviação e a excreção excessiva de nutrientes”, afirma Giovanni de Oliveira.

    Renovação da água

    As principais formas de aumentar a capacidade de sustentação de uma determinada unidade produtiva são por meio do aumento da taxa de renovação de água associado ao aumento do nível de tecnificação dos cultivos.

    “Portanto, o planejamento cuidadoso da produção, com investimentos em tecnificação, ajuste nutricional adequado e manejo da qualidade de água, por meio do monitoramento e do controle dos principais parâmetros, pode evitar mortalidades, melhorar o desempenho produtivo do sistema e aumentar a lucratividade da piscicultura”, conclui o pesquisador Thiago Freato.

    A Epamig possui um Programa de Pesquisa em Recursos Hídricos, Ambientais e Piscicultura. Os pesquisadores da empresa estão disponíveis para atender produtores e demais interessados na área. Para mais informações, escreva para faleconosco@epamig.br.

    A Epamig é uma empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).



    Sobre Ana Paula Oliveira
    Jornalista formada em Brasília tendo a Capital Federal como principal cenário de atuação nos segmentos de revista, internet, jornalismo impresso e assessoria de imprensa. Infraero, Engenho Comunicação, Portal Fato Online e Câmara em Pauta, Revista BNC, Assessoria de Comunicação do Sesc-DF, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rádio Nacional da Amazônia e Jornal GuaráHOJE/Cidades são algumas das empresas nas quais teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos renomados nomes do jornalismo no Brasil, e não perdeu nenhuma chance de aprender com esses profissionais. Na televisão, atuou na TV local de Patos de Minas em 2017, além de experiências acadêmicas.
    Ana Paula Oliveira nasceu em Bonfinópolis de Minas e foi morar em Brasília aos 14 anos e retorna à cidade natal em 2018. Durante os 20 anos em que passou na capital, a bonfinopolitana não desperdiçou as chances de crescer como pessoa e também como profissional, com garra e determinação. Além disso, conquistou algo não menos fundamental na sua caminhada: amigos. Isso mesmo. Para a jornalista não ter verdadeiros amigos significa ter uma vida vazia. E, com certeza, esse é um dos seus objetivos, fazer novos amigos nessa nova jornada da vida..

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