Produtores rurais de Bonfinópolis de Minas se mobilizam para criar cooperativa de agricultura familiar

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Entre os encaminhamentos dados, a comissão organizadora ganhou a adesão de mais cinco produtores, totalizando dez pessoas e o próximo encontro foi marcado para o dia 27, quando será discutida a estrutura e a operacionalização da cooperativa

Foi dado um importante passo para a criação da cooperativa de agricultores familiares de Bonfinópolis de Minas, na manhã desta sexta-feira (8), na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. O encontro reuniu pequenos produtores, gestores públicos, estudantes e representantes de instituições parceiras envolvidas no processo de formulação da cooperativa, como a Agência Vale do Urucuia, a Central das Associações da Agricultura Familiar de Bonfinópolis, o Sebrae, a Emater, a Fetaemg, a Ocemg e o Siccob.

De acordo com Luiz Araújo, que está à frente das conversas, representando a Agência Vale do Urucuia, entre os encaminhamentos, a comissão organizadora ganhou a adesão de mais cinco produtores, totalizando dez pessoas, o próximo encontro foi marcado para o dia 27 de fevereiro, no Sindicato dos Trabalhadores, quando será discutida a estrutura e a operacionalização da cooperativa. Ele explica os detalhes que serão definidos. “Que tamanho que o grupo quer a cooperativa? O que a cooperativa vai disponibilizar? Quais os objetivos? Definir tudo que irá constar na constituição da cooperativa. Se vai prestar assistência técnica, se vai somente facilitar a comercialização, se vai assumir a responsabilidade de transportar os produtos”, elencou. Paralelo a isso, o estudo de viabilidade e sustentabilidade da cooperativa também será iniciado em parceria com o Sebrae e Ocemg (Organização das Cooperativas de Minas Gerais).

Luiz Araújo fala aos participantes da reunião

Ainda, segundo Araújo, durante esse primeiro encontro, a advogada da Fetaemg (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais), Joice Fernandes, destacou a importância e as vantagens em constituir uma cooperativa. “À nível de segurança jurídica e previdenciária, a melhor maneira é via cooperativa. Destacando que a instituição é fundamental para os produtores da agricultura familiar comercializarem seus produtos”, disse. Além de fortalecer a agricultura familiar do município, o objetivo da cooperativa é ser um instrumento legal para a comercialização do que já é produzido pelos pequenos proprietários da região, como o mel, o leite e o maracujá. Atualmente, a Central das Associações distribui alimentos para a merenda escolar em Bonfinópolis, mas, segundo Luiz, a prática é permitida pelo Governo do Estado, mas, é inadequada. “Não é o melhor instrumento para comercializar. A intenção é que a cooperativa assuma tudo isso”, afirmou.

Se depender do empenho que todos demonstraram na reunião e dos benefícios do cooperativismo, entre compras coletivas de insumos e outras mercadorias, algumas isenções fiscais, que dão maior poder de compra aos produtores, além do fortalecimento da produção, a cooperativa será constituída. “Os produtores acreditam que a cooperativa é necessária. Pelo o que nós entendemos e diante do volume de compras que a central já negocia, hoje e o volume de cadeias produtivas que o município possui, já dá a entender que a cooperativa é viável”, comentou Luiz Araújo. A associação dos feirantes da cidade também pode ser beneficiada com a cooperativa. “Nada impede de o produtor entregar para a cooperativa e também vender de porta em porta e na feira do produtor”, afirmou.

O Sicoob, que abriu uma agência recentemente no município, foi citado pelo prefeito, Donizete Antônio dos Santos como um exemplo de cooperativismo que deu certo e deve ser seguido. “Uma das dificuldades que a gente tem é o acesso a crédito e o Sicoob está ajudando no fomento do crédito no município. No caso de cooperativas têm ofertas mais atrativas”, ressaltou, Donizete ao reforçar a importância da criação da cooperativa, sem esquecer de debater a viabilidade, as condições de se sustentar, unindo forças, sem riscos de enfraquecimento ou extinção da organização, como ocorreu com a Associação Comercial da cidade, que está desativada.

A analista técnica do Sebrae Jéssica Viana, a presidente da Central das Associações, Rita Fonseca, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, Osmar Batista, o presidente da Agência Vale do Urucuia, Idelbrando Ferreira e os vereadores Reginaldo Palma e José Lúcio, entre outros apoiadores também participaram da roda de conversa. Todos são peças fundamentais para que a cooperativa, que é um desejo antigo dos produtores rurais, se torne realidade.