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    Papuda ganha unidade da Fábrica Social voltada à produção de pré-moldados

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    Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

    Um pavilhão desativado do Complexo Prisional da Papuda ganhou vida ao transformar-se numa unidade da Fábrica Social voltada para a produção de pré-moldados da construção civil. O espaço será ocupado por 35 custodiados do regime semiaberto, que vão produzir meios-fios, tampas de bueiros e pisos intertravados, material destinado a reformas por todas as regiões.

    “O trabalho é a única maneira de reconduzir essas pessoas à sociedade, para que elas saiam com uma qualificação melhor do que quando entraram aqui. Essas pessoas não estão isoladas aqui para o resto de suas vidas, e nós temos condições de dar oportunidade para elas voltarem para a sociedade”

    Governador Ibaneis Rocha

    A inauguração da fábrica ocorreu na manhã desta sexta-feira (1º), com a presença do governador Ibaneis Rocha e autoridades do Judiciário, do Legislativo e do Executivo. Durante a cerimônia, o governador destacou a importância da ressocialização e falou do trabalho de melhoria das condições de trabalho dos policiais penais.

    “Aprendi a visitar o presídio desde o tempo em que presidi a OAB-DF, e depois passei a acompanhar mais de perto. O trabalho é a única maneira de reconduzir essas pessoas à sociedade, para que elas saiam com uma qualificação melhor do que quando entraram aqui. Essas pessoas não estão isoladas aqui para o resto de suas vidas, e nós temos condições de dar oportunidade para elas voltarem para a sociedade”, disse Ibaneis Rocha.

    O governador Ibaneis Rocha inaugurou, nesta sexta-feira (1º), unidade da Fábrica Social no Complexo Prisional da Papuda, evento que contou com a presença do ministro Gilmar Mendes | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

    “Assinei o projeto de reajuste dos policiais penais, que será encaminhado à Câmara Legislativa (CLDF). Os policiais aguardam esse aumento há mais de um ano, e fizemos uma forma de compensação para que eles recebam os 18% de reajuste”, acrescentou o governador.

    Além da fábrica, o espaço conta com um laboratório onde os alunos têm aulas de produção e aprendem a parte teórica dos cursos. Já os equipamentos que compõem a fábrica de pré-moldados vão desde betoneiras de alta capacidade a mesas vibratórias, passando por fôrmas metálicas para meio-fio e diversas outras para a produção de pré-moldados e artefatos de concreto.

    Unidade da Fábrica Social será voltada para a produção de pré-moldados da construção civil e contará com o trabalho de 35 custodiados do regime semiaberto, que vão produzir meios-fios, tampas de bueiros e pisos intertravados

    Para sair do papel, o projeto envolveu diversas frentes do GDF, como as secretarias de Administração Penitenciária (Seape), de Justiça e Cidadania (Sejus) e de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet).

    Essa união de forças reflete na produção em grande escala da fábrica. Ao todo, serão mais de 26 itens produzidos, com capacidade de aproximadamente 8 mil peças por dia. “É uma capacidade produtiva muito importante e que nós vamos conseguir pavimentar grande parte das ruas de Brasília que não podem ser feitas com asfalto”, explica o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, Thales Mendes.

    “Nós acreditamos na ressocialização por meio do trabalho. Esse serviço da Funap é fundamental para dar oportunidade a essas pessoas. Que elas possam voltar para suas casas e ter uma nova história”

    Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania

    Quando iniciativas assim vão para a frente, o governo fortalece o trabalho de ressocialização dos detentos. Em 2019, o GDF tinha cerca de 700 reeducandos trabalhando em empresas públicas e privadas. Hoje, esse número passa de 4 mil, graças aos projetos desenvolvidos nesta gestão.

    “Nós acreditamos na ressocialização por meio do trabalho. Esse serviço da Funap é fundamental para dar oportunidade a essas pessoas. Que elas possam voltar para suas casas e ter uma nova história”, observou a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani.

    Transformação social

    O espaço do presídio foi inaugurado em 1979 e estava ocioso desde 2021, quando foi desativado. Em 2001, o local passou por uma rebelião dos internos que durou 28 horas, a última do local. Depois de um período sem uso, o galpão ganhou vida e terá uma rotina de serviços e qualificação.

    “Vai ser denominado Centro de Capacitação e Trabalho Prisional. Para os internos, é uma grande entrega. Além de eles receberem a bolsa da Funap, aprendem um ofício e estão também remindo pena. Quanto mais eles trabalharem, mais diminuem o tempo total de pena. Fora isso, eles ajudam na zeladoria da cidade”, detalhou o secretário de Administração Penitenciária, Wenderson Teles.

    Ao falar do reaproveitamento do espaço, a juíza da Vara de Execuções Penais do DF Leila Cury explicou a importância de projetos de ressocialização junto aos reeducandos: “O Brasil tem um sistema progressivo de aplicação da pena. A pessoa que ingressa no sistema prisional por força de uma condenação em um regime mais rigoroso vai progredindo paulatinamente, até que saia. Depois que a pessoa sai, precisa ser acolhida pela sociedade, caso contrário, vai voltar. A pessoa praticou um erro e não teve a chance de recomeçar”, elucidou a juíza.

    Já o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes lembrou do trabalho junto ao sistema carcerário iniciado nos tempos em que atuava no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e presidia o STF.

    “É exemplar que a gente trabalhe esse projeto, que não é só de segurança pública, nem só de direitos humanos. É um projeto conjunto, porque, na medida em que nós logramos êxito e tiramos essas pessoas desse círculo vicioso do crime, das organizações criminosas, nós evitamos a reincidência. Então, é fundamental dar atividades para os presidiários, formá-los, mostrá-los úteis, e também divulgar isso na sociedade, para que todos os beneficiários saibam que os presos não são inúteis, que eles prestam serviço, que estão aprendendo e que são suscetíveis de recuperação”, defendeu o ministro do STF.



    Sobre Ana Paula Oliveira
    Jornalista formada em Brasília tendo a Capital Federal como principal cenário de atuação nos segmentos de revista, internet, jornalismo impresso e assessoria de imprensa. Infraero, Engenho Comunicação, Portal Fato Online e Câmara em Pauta, Revista BNC, Assessoria de Comunicação do Sesc-DF, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rádio Nacional da Amazônia e Jornal GuaráHOJE/Cidades são algumas das empresas nas quais teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos renomados nomes do jornalismo no Brasil, e não perdeu nenhuma chance de aprender com esses profissionais. Na televisão, atuou na TV local de Patos de Minas em 2017, além de experiências acadêmicas.
    Ana Paula Oliveira nasceu em Bonfinópolis de Minas e foi morar em Brasília aos 14 anos e retorna à cidade natal em 2018. Durante os 20 anos em que passou na capital, a bonfinopolitana não desperdiçou as chances de crescer como pessoa e também como profissional, com garra e determinação. Além disso, conquistou algo não menos fundamental na sua caminhada: amigos. Isso mesmo. Para a jornalista não ter verdadeiros amigos significa ter uma vida vazia. E, com certeza, esse é um dos seus objetivos, fazer novos amigos nessa nova jornada da vida..

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